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Quase esqueci agradáveis sensações
vividas nesta varanda de ver-o-mar,
tantos dias a experimentar outras.
Regressei. Não sinto como antes
aquele gosto salgado/doce
a paz nem o silêncio do lugar
a música das estrelas que caíam
e dos movimentos de asas ao passar.
Depois do que aconteceu comigo
ou em mim e no mundo
de tanta dor e de incompreensão
de enormes queixas sem motivo
e de injustificada infinita aprovação.
Mínimos feitos são alongados
e os grandes depreciados
porque o Homem continua a ser a estranha
medida de tudo que acontece.
Nada voltará a ser como antes, penso com tristeza.
Envelheci nestes dias. Já não encontro beleza na cor do céu
no desenho das nuvens brancas nem na espuma
das ondas que quebram nas rochas
velhas muito muito pré-históricas,
ou se desdobram na areia castanha e gorda.
Havia uma ilha de luz aqui, um azul acolá,
um dourado mais além… e um barco
na manhã rosada… ou ao fim do dia
num silêncio deslumbrado…
Nada voltará como não volta.
Apenas desejo recordar o que era antes.
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