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Sobre o blog, diz-se no próprio blog, que "reflecte os domínios das indústrias culturais e indústrias criativas". E é o espelho de
http://industrias-culturais.blogspot.com.
Foi onde encontrei uma análise crítica, a meu ver, muito certa do meu livro Cerejas de Celuloide.
Agradecendo ao seu autor, Rogério Santos que é uma pessoa generosa, sabedora e culta que não tenho o gosto de conhecer senão através dos seus escritos, permito-me reproduzir algumas linhas da detalhada análise, publicada em 7/9/08 no http://dragãodepapel.wordpress.com.
"É um texto como se fosse um longo diálogo sobre filosofia, estética, filosofia e correntes da arte, discussões do dia-a-dia comentando os acontecimentos mais recentes, numa deambulação fragmentária, recordando a linguística e a semiótica de Charles Sanders Peirce, para quem um significado desperta sempre novos interpretantes, numa semiose ilimitada".
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"Salas de espectáculos e espaços culturais, como Coliseu, Sá da Bandeira e Rivoli são a representação simbólica e cultural da cidade antiga, enquanto Serralves representa a modernidade. A autora refere autores ou artistas como Paula Rego, Paul Klee, Pedro Burmester, Vasco de Lima Couto, Agustina Bessa-Luís (p. 179), António Nobre, Manoel de Oliveira, Graça Morais, Siza Vieira, Sophia de Mello Breyner, a maioria com ligações ao Porto, no que será certamente o levantamento cultural e antropológico da cidade moderna segundo Zilda Cardoso. Cita outros autores como Edgar Morin e José Gil".
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"Há um contínuo vaivém no tempo"...
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"Se A Rua do Paraíso é inequivocamente uma memória antropológica, Cerejas de Celulóide é uma aventura mais madura no domínio da narrativa romanceada (edição da Campo das Letras, de finais de 2007). Tenho algum pudor em chamar-lhe romance pois, apesar das personagens, prepondera o diálogo acerca da vida e dos problemas, como escrevi acima, entre dois irmãos, como se fosse um reencontro motivado por uma questão específica e ponto de partida sobre uma reflexão de costumes. A riqueza maior do texto é a sua possibilidade de ser lido no futuro como a percepção de como uma cidade, a sua população, pensou sobre um tempo. Talvez isso justifique as duas frases seguintes: “Lisboa tem sempre que ganhar, não sabes?” (p. 131), “Dos portugueses, os portuenses não esperam nada” (p. 327). O olhar de dentro para fora da cidade revela algum mal-estar face a um presente, perdida que foi uma geografia de lojas e ruas em detrimento de outras, em que o texto é omisso. Mas que sabemos estar a extravasar os limites da cidade e passar para os concelhos vizinhos."
"Tal olhar resulta ainda numa perspectiva política direi amarga, sem esperanças. Para mim, isso explica o recurso à explosão final dos prédios para venda: nem os proprietários usufruiram do bem, nem igualmente os inquilinos, que não ficaram para comentar o sucedido. Como se fosse uma parábola extensível ao país: só dinamitado é que ele pode(rá) mudar e melhorar."
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