Há dias em Lisboa, percorri parques, praças e ruas, andei cheirando alegremente por lá; por momentos pensei que eles têm jardins muito mais bonitos, mas na verdade não é isso que importa. Estes existem e podemos vê-los e gozá-los, pertencem a todos - lisboetas, portugueses, europeus… Os jardins são universais.
Verifiquei se estavam lá, que tal o estado de saúde de árvores e pavimentos e lagos, cores e perfumes e patos-reais (para mim, são todos reais). Divertem-me tanto, mas são tão rápidos que, por mais tentativas, não consigo apanhar a submersão deles em tempo real. Eles são assim daqueles seres que apenas necessitavam de tocar a superfície do mundo para me deixarem encantada. No entanto, vão muito além da superfície ou aquém: mergulham.
Foi na Tapada das Necessidades, onde os pavimentos estão sem conserto e dificultam o passear. Porém, garante-nos um cartaz, e eu acredito neles ali tão bem postos, que tudo vai ser refeito em Setembro, que já era, sem ter terminado.
Vi uma árvore exibindo flores esplêndidas, maduras e doces de fim de Verão. Era num outro jardim, em frente, ao fundo o rio e a ponte… o céu tranquilo e azul acima de tudo, lá onde não sinto a pressão da cidade, a sua vida e o movimento sem termo, só música segredando segredos.
Fiquei fascinada e queria mostrá-la. Vou mostrá-la apesar da maldade da fotografia.
Vejam outra, de mais perto, sei que há alguém que me vai dizer o nome dela, o nome de qualquer ser é importante para classificação e para agrupar.
Há muitas em Lisboa da mesma família, com aquele porte.
E, lá estou eu de novo a comparar - não me recordo de as ver no Porto, provavelmente não se adaptam ao clima não-sofisticado, rude mesmo, ou a cor da rosa, intensa, é considerada mais apropriada para cidades joviais e modernas. Que usam batom e brilho. Silicones e essas coisas.