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É evidente que a sociedade actual é muito complexa sob todos os pontos de vista e os discursos políticos a que nos têm submetido de forma intensiva não ajudam nada a clarificar o ambiente e a melhorar o nosso entendimento. Pelo contrário, apoiam com vigor a ambiguidade, deixando-nos embaraçados.
Usamos dizer que estamos em crise e mesmo que estamos sempre em crise. Neste momento, direi que estamos ininterruptamente em período de transição, de pausa entre crise e crise, o que tira todo o valor e força ao conceito que devia ser fracturante. Estamos em permanência em vias de passar para outra época mais obscura ainda (temos assistido a isso); é essa a actual permanente pausa não pausada; não estabilizamos nunca num modelo encontrado, e não estamos nem por um momento saciados. Nem animados com este contínuo de descontinuidades.
Vivemos sitiados de coisas e de acontecimentos, envolvidos, atingidos por eles. Procuramos incessantemente o sentido deles e angustia-nos não o encontrar. Por isso, alguns escritores se interrogam sobre se “as coisas significam alguma coisa”.
Podemos pensar que não temos que descobrir o sentido ou que não há sentido nenhum a descobrir.
Então, continuar a procurar o sentido de cada coisa ou de cada acontecimento não faz sentido.
Desejo para o Novo Ano que me acompanhem neste pensar.
E fiquem tranquilamente em movimento.
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