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O Parque da Cidade corresponde muito bem ao sonho dos portuenses terem uma grande zona verde a substituir as pequenas zonas verdes, jardins e quintas, que foram sendo perdidas a favor da construção urbana.
A ligação ao mar tem todo o sentido numa cidade que é porto - ancoradouro, local de partida e de chegada de barcos e de gente, princípio e fim de viagem que em tempos idos se fazia quase exclusivamente por mar.
Esta zona costeira é privilegiada para a prática desportiva, para passeios e entretenimento, para lazer e meditação. Há rochas metamórficas com milhões de anos do Passeio Alegre até ao Castelo do Queijo; há monumentos antigos como a estátua equestre de D. João VI e modernos como a bicicleta monumental que simboliza e enaltece o esforço individual para conseguimento de objectivos preconcebidos. E há a anémona gigante de rede branca e vermelha, voltada para o mar e para o céu, homenagem ao pescador e à industria tradicional e marítima; e há o castelo...
Mas
Custou ver durante anos a anémona esfrangalhada por mau tempo e maus tratos (no presente recuperada com colorido forte e ainda mais bela).
Custa ver a mágica casa art-deco onde esteve o Colégio Luso-Internacional ser vandalizada até não restar pedra sobre pedra, que é o que vai acontecer. O edifício, que há poucos anos, se erguia em terra, no interior, passando a estrada marginal na frente da sua fachada principal, pede agora socorro de joelhos na praia, passando a estrada por trás dele a uma boa distância e pelas traseiras. É uma casa encantada, deslocada, onde muita coisa interessante pode vir a acontecer, se quisermos.
Custa ver o lixo a correr pelo chão apesar de alguém sempre a apanhá-lo.
Custa ver os baldes e as cadeiras de bom design de granito e as redes dos cestos de basquete e os candeeiros danificados.
Tudo isso e, no entanto, desde que o vento não sopre com fúria muita gente usufrui o espaço e os equipamentos e exibe um ar feliz.
Será necessário fazer sempre uma campanha de sensibilização das pessoas para a conveniência de utilizar sem destruir? E estimar não só porque é nosso mas especialmente porque é também dos outros? Para outros usarem? Para todos partilharem?
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