
Cristóvão Aires, general e historiador que viveu entre 1853 e 1930, escreveu um livro de poesia intitulado Cinzas ao Vento onde se pode ler um poema que muito aprecio e que foi inspirado num outro romântico e por demais conhecido de Almeida Garrett As Minhas Asas.
Há muitos anos, adoptei como programa de vida uma quadra desse poema, não quero dizer que o tenha cumprido. Mas tive essa intenção e, por isso, para não esquecer, escrevi esses quatro versos num papel branco que colei no vidro da minha estante, onde forçosamente o veria todos os dias. Tal como agora acontece com o pequeno cartaz oferecido pelo Pedro - cultivez les pensées positives - com 12 amores-perfeitos reproduzidos a cores, todos diferentes, todos igualmente belos.
A folha branca, que encontrei há dias misturada com outros papéis a necessitarem de arrumação, já não é branca, está amarelada e os versos nele escritos... um pouco esquecidos.
Quero reavivá-los e partilhar.
NAS MINHAS ASAS NEVADAS
QUE UM RAIO DE SOL DOUROU,
FUJO DE QUANTO É MESQUINHO
OU A VIDA AMESQUINHOU.
Voltarei a escrevê-los numa folha imaculada e a colocá-los no vidro da estante na minha frente ao lado dos amores perfeitos e dos pensamentos positivos.
Espero, nesse voo tranquilo, sentir-me subir, subir… como acontecia com o Poeta.
