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A Alice, que para mim continua a ser a das Maravilhas, teve o seu aniversário de gente grande, de gente maior, na passada 3ª feira.
Começou a sua festa com um jantar em família num belo restaurante da beira-rio Tejo e continuou com primos, amigas e amigos pela noite fora noutro lugar, misterioso para mim. (ELA é a 2ª a contar da esquerda)
A Alice já não me pede para contar histórias de fantasia. E eu raramente lhe oiço fantásticos sonhos. Mas gostava... eu gostava de ouvir as novas histórias dela, as que vive agora em Londres. Coisas diferentes dos trabalhos e das notas e dos próximos projectos, os muito próximos.
Apreciava conhecê-la melhor, saber o que sente e que pensamentos ocupam a sua cabeça.
Se ainda é capaz de arder de curiosidade atrás do Coelho de colete e relógio, sempre atrasadíssimo, e de beber da garrafinha aquele líquido atraente que verificou com cuidado antes de o provar, não fosse ser veneno. No entanto, bebeu o frasco todo, ficou minúscula, lembram-se? Não se afligiu nada e logo encontrou solução ao comer o bolo que a fez gigante e estranha. Aí, sim, chorou tanto que pode nadar no lago salgado formado pelas próprias lágrimas.
A Alice conversava tu cá tu lá com o seu amigo, o Gato Cheshire, que sorria até desaparecer todo o seu corpo e ficar apenas o sorriso. Mas antes que acontecesse, ele perguntou-lhe se nesse dia ia jogar “croquet” com a Rainha.
Bom, ela não sabia, mas merendou com a Lebre de Março e o Chapeleiro mesmo sem ser convidada e com eles falou de Tempo e de outras matérias marcantes e sérias. O mais relevante de tudo, foi ver passar o cortejo que incluía a Rainha e o Duque, os filhos, os soldados e os convidados e os tacos para jogar. Eram flamingos, os tacos, as bolas ouriços-caixeiros vivos e as balizas soldados de pés e mãos no chão e corpo em arco. Foi na verdade interessante já que a Rainha das cartas de jogar mandava cortar a cabeça a qualquer um que a contrariasse. E era fácil contrariá-la. Os argumentos podiam ser os mais válidos, a solução era sempre a mesma.
Espero que a Rainha a convide para o chá e lhe mostre as maravilhas do seu Palácio onde coisas boas se passam desde há séculos. E não ordene que lhe cortem a cabeça.
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