Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Em busca da mensagem perdida

por Zilda Cardoso, em 04.07.09

 

 Observo os pássaros, mais para perceber o que eles escrevem no céu do que por outra razão qualquer.

Contudo, são tão subtis e tão rápidos que não consigo distinguir as palavras.  

Todos os dias, tento sem grandes resultados, e sem dar o meu tempo por perdido. É bom para mim: tenho sempre uma tarefa, mesmo quando não há nada que faça.

 

 

Os pardais também riscam sobre os arbustos verdes e sobre os amarelados e os castanho/avermelhados com pequenas manchas amarelo-claro pelo meio (é bonito o campo). Mas também esses passam tão rapidamente que não consigo distinguir os traços, as linhas, os contornos… o que quer que seja que esboçam. E que não fica para análise demorada.

Por vezes, é sobre o mar, são gaivotas, voam e é o mesmo, cruzam rotas, complicam os efeitos, com muita ou pouca luz, com ou sem sombras… mas não há clareza nas suas mensagens. Quer dizer, no caso das gaivotas talvez…

Não. Não há clareza.

 

 

E fico preocupada: é que pode ser importante.

Desvio a atenção para detalhes, mas volto sempre aos pardais, aos melros e às andorinhas, aos outros todos.          

As grandes aves de rapina, apesar do bico enorme e curvo, não escrevem… ou escrevem enormes parangonas que não me interessam, detesto que me gritem. O mais certo é desenharem grandes obras de arquitectura, parece-me.

Elas são tão superiores, voam tão alto que me é difícil ter a certeza. No entanto, vejo que projectam e delineiam sempre a preto sobre azul, sempre sobre azul. Assim, devia ser fácil saber de projectos, deslindar possíveis recados.

Não é.

Por isso, peço aos que sabem muito sobre aves voadoras que me ajudem a descodificar o que toda essa gente escreve com insistência sobre o azul. Pelo menos, sobre o azul.

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 10:04

Que faço com os castanheiros?

por Zilda Cardoso, em 22.06.09

 

 

 

Os castanheiros estão a sufocar-me.

Olho em meu redor e só vislumbro essas árvores de verde-escuro, com flores excêntricas, algumas cheias de minúsculos ouriços, bem protegidos por armaduras picantes. É um exército bem ordenado e pronto para avançar.

Não penso muito nisto.

O que me perturba é que estão a impedir-me de ver para o longe onde presumo que ainda haja aldeias pequeninas subindo a montanha, e capelinhas no alto  (daqui a pouco, ainda este mês, terão as festas anuais), e bosques e clareiras - o que sempre vi da minha janela.

 

 

Das montanhas, que sei formadas por múltiplos pequenos montes e montinhos de curvas e bicos ou picos de muito diversas formas e materiais, recortadas segundo um desenho e um projecto que desconheço, apenas consigo ver o traço final riscado no céu.  

Se não fosse este pedaço de relvado na minha frente e à direita e à esquerda, e o terreiro por trás de mim, no rosto da casa, não veria mais nada senão a beleza inadmissível dos castanheiros próximos.

O que na verdade, limita muito os meus horizontes.

 

 

É certo que os melros surgem e saltitam todo o tempo por aí, procuram alimento e divertem-se, exemplificam... E as flores brancas, amarelas e as azuis dão um ar quase festivo a… Ontem também o pica-pau às riscas brancas e castanhas e quase pretas pulava rente ao chão.

 

 

 

 
 
Todos os dias, os pardais cruzam os ares desde manhã, não emudecem nunca... gostava de saber se a vida lhes corre bem e por que razão… ou se protestam contra tudo… ou se cantam estilo opereta as belezas locais para lá do que acontece.
 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:28




Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

  Pesquisar no Blog



Arquivo

  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2021
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2020
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2019
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2018
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2017
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2016
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2015
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2014
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2013
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2012
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2011
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2010
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2009
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2008
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D