No seu Caderno, Saramago escrevia há dias: quando for crescido, quero ser como a Rita. E dizia com muita graça por que razão queria ser como a Rita. E quem era a senhora.
Rita Levi-Montalcini, que recebeu em 1984 o prémio Nobel de Medicina pela sua investigação na área das células neurológicas, foi recentemente doutorada honoris causa por uma universidade de Madrid.
É uma senhora bonita e muito bem arrumada com um ar romântico, muito século XIX, que fará muito em breve cem anos. E que surpreendeu Saramago com o seu discurso naquela Universidade.
“É ridícula a obsessão do envelhecimento”, disse ela. (Cito a partir do blogue de Saramago).
“O meu cérebro é melhor agora do que foi quando eu era jovem. É verdade que vejo mal e oiço pior, mas a minha cabeça sempre funcionou bem. O fundamental é manter activo o cérebro, tentar ajudar os outros e conservar a curiosidade pelo mundo”.
“O importante é a maneira como vivemos e a mensagem que deixamos. Isso é o que nos sobrevive. Isso é a imortalidade”.
Eu também conheço algumas mulheres com qualidades excepcionais, que têm conservado a curiosidade pelo mundo e trabalhado para o modificar para melhor.
A quem presto homenagem.
Uma delas é a Elvira Leite que aparece nesta imagem e de quem falarei proximamente.
Com os seus muito jovens setenta e dois anos, conserva intactos os sonhos de juventude. E continua a trabalhar e a estudar como nunca para os converter em realidades.