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(Uma memória)
Há dias, estávamos na Hungria com o exército totalmente destroçado.
A Casa de Habsburgo, por virtude de acordos e casamentos, recebeu a coroa da Hungria em 1526 e manteve-a até ao final da 2ª Grande Guerra. Mas o sul do país tinha sido conquistado pelos turcos que continuaram até 1556 a sua expansão para norte.
Quando tomaram a capital, a Hungria ficou dividido em três:
1º- a Hungria Real constituída pelas actuais Eslováquia, Transdanúbia Ocidental, Burgenland, Croácia Ocidental e parte do Nordeste Húngaro que passou a ser uma fracção do Império de Habsburgo;
2º - a Transilvânia que ficou independente, um principado, mas vassala dos turcos;
3º - o Centro da Hungria, o que é hoje a República da Hungria, com a capital Buda, que permaneceu província do Império Otomano.
Surgiu uma questão muito importante: o território húngaro tornou-se lugar de múltiplas religiões. De resto, nunca houve apenas um culto religioso. A Transilvânia tornou-se calvinista, o fragmento pertencente aos Habsburgos era cristão e contra-reformista, havia muitos judeus nas cidades e no território ocupado pelos otomanos instalaram-se numerosos muçulmanos.
Porém, entre 1686 e 1699, forças cristãs chefiadas pela Áustria reconquistaram a Hungria para os cristãos, de modo que em 1716 não havia turcos no reino da Hungria.
Bratislava, presentemente na Eslováquia, tinha-se tornado a capital do que restou do reino durante a ocupação turca e depois até 1784 foi o lugar da coroação dos reis húngaros e sede da Dieta Húngara. Entretanto houve rebeliões contra os Habsburgos e contra os católicos, a última organizada por Francisco II, escolhido pelo povo como futuro rei da Hungria independente. A revolta foi esmagada e muitos castelos demolidos pelos austríacos.
O século XVIII foi de reconstrução e as áreas devastadas foram repovoadas com imigrantes da Áustria e da Alemanha, das actuais Eslováquia e Roménia e da Sérvia.
Acho que a Hungria foi permanentemente retalhada e reconstruída, reconstruída e retalhada e os territórios jogados, sucessivamente ganhos por uns e por outros, perdidos por alguns e por todos, como se os territórios não fossem habitados por povos, por pessoas, mas por dados. Ou por pedaços de papel lustroso, como nos mapas, com formas estranhas e cores e recortes e relevos que os tornam atraentes e desejados. Ou como se uma pessoa que hoje é húngara e amanhã é alemã, e depois é checa ou romena, volta a ser húngara ou croata e depois turca… pudesse viver bem com isso, alegremente, como se nada se passasse e pudesse não sofrer as deploráveis consequências.
Estamos no presente no bom caminho - somos todos europeus e amigos, os europeus, povos sem fronteiras e com interesses comuns, mesmo que com culturas e línguas diferentes, e circunstâncias e histórias de vida e educação distintas. Não vamos nunca mais guerrear-nos.
Assim nós queiramos.
(Informações sobre a história da Hungria colhidas na Internet e na obra Mil Ans d’Histoire Hongroise, editada por István Tóth)
(Uma memória)
Há dias, estávamos na Hungria com o exército totalmente destroçado.
A Casa de Habsburgo, por virtude de acordos e casamentos, recebeu a coroa da Hungria em 1526 e manteve-a até ao final da 2ª Grande Guerra. Mas o sul do país tinha sido conquistado pelos turcos que continuaram até 1556 a sua expansão para norte.
Quando tomaram a capital, a Hungria ficou dividido em três:
1º- a Hungria Real constituída pelas actuais Eslováquia, Transdanúbia Ocidental, Burgenland, Croácia Ocidental e parte do Nordeste Húngaro que passou a ser uma fracção do Império de Habsburgo;
2º - a Transilvânia que ficou independente, um principado, mas vassala dos turcos;
3º - o Centro da Hungria, o que é hoje a República da Hungria, com a capital Buda, que permaneceu província do Império Otomano.
Surgiu uma questão muito importante: o território húngaro tornou-se lugar de múltiplas religiões. De resto, nunca houve apenas um culto religioso. A Transilvânia tornou-se calvinista, o fragmento pertencente aos Habsburgos era cristão e contra-reformista, havia muitos judeus nas cidades e no território ocupado pelos otomanos instalaram-se numerosos muçulmanos.
Porém, entre 1686 e 1699, forças cristãs chefiadas pela Áustria reconquistaram a Hungria para os cristãos, de modo que em 1716 não havia turcos no reino da Hungria.
Bratislava, presentemente na Eslováquia, tinha-se tornado a capital do que restou do reino durante a ocupação turca e depois até 1784 foi o lugar da coroação dos reis húngaros e sede da Dieta Húngara. Entretanto houve rebeliões contra os Habsburgos e contra os católicos, a última organizada por Francisco II, escolhido pelo povo como futuro rei da Hungria independente. A revolta foi esmagada e muitos castelos demolidos pelos austríacos.
O século XVIII foi de reconstrução e as áreas devastadas foram repovoadas com imigrantes da Áustria e da Alemanha, das actuais Eslováquia e Roménia e da Sérvia.
Acho que a Hungria foi permanentemente retalhada e reconstruída, reconstruída e retalhada e os territórios jogados, sucessivamente ganhos por uns e por outros, perdidos por alguns e por todos, como se os territórios não fossem habitados por povos, por pessoas, mas por dados. Ou por pedaços de papel lustroso, como nos mapas, com formas estranhas e cores e recortes e relevos que os tornam atraentes e desejados. Ou como se uma pessoa que hoje é húngara e amanhã é alemã, e depois é checa ou romena, volta a ser húngara ou croata e depois turca… pudesse viver bem com isso, alegremente, como se nada se passasse e pudesse não sofrer as deploráveis consequências.
Estamos no presente no bom caminho - somos todos europeus e amigos, os europeus, povos sem fronteiras e com interesses comuns, mesmo que com culturas e línguas diferentes, e circunstâncias e histórias de vida e educação distintas. Não vamos nunca mais guerrear-nos.
Assim nós queiramos.
(Informações sobre a história da Hungria colhidas na Internet e na obra Mil Ans d’Histoire Hongroise, editada por István Tóth)
A Rita está atenta. Diz: a avó já escreveu sobre todos os meus irmãos, mas nada sobre mim.
Tem razão e não há razão.
Hoje vou corrigir essa falta. Ela tem doze anos e frequenta o O.B.S. do Porto. É boa aluna e muito interessada em diversas actividades dentro e fora da escola. Joga basquete para ver se cresce rapidamente e participa de tudo o que for possível e adequado para a sua idade, desde acampamentos a peças de teatro e a torneios desportivos. É muito entusiasta e tem bons amigos, boas amigas para casa de quem viaja com frequência como acontece como a Jimena, the best best friend que está agora a viver no sul de Espanha e a amizade não quebrou por esse motivo, pelo contrário, como se pode verificar pela correspondência apaixonada que trocam.
E há a Joana que é agora a best friend local: ambas são o nucleo de um grupo alargado, zangam-se todos os dias e reconciliam-se com grandes abraços e juras de amizade eterna... até ao dia seguinte.
É muito despachada, já tem comentado os meus textos no blogue e escreveu há tempos um artigo sobre a minha escrita que me deixoua a impar de orgulho. Encontrei-o nos documentos do meu computador, com fotografia e tudo. Como queria fazer-lhe algumas referências, não o descubro! E este post é surpresa, não posso indagar nada.
Ela ajuda-me muitas vezes a resolver dificuldades tontas acerca de computadores, tem muita paciência e… gosta, por várias razões.
Já escreveu em verso a história da minha vida (a dela) com a mesma facilidade com que Bocage o faria. E criou outros poemas sobre variados temas, bastante bem conseguidos. Pode vir a ser uma boa escritora e de sucesso, ou uma política de topo ou uma educadora de infância ou uma excepcional secretária de direcção ou... o que quiser. Está pronta a responder a desafios e toma rapidamente as suas decisões. Conhece e usa excelentes estratégias para conseguir o que pretende e fará perfeitamente um espectáculo dos seus talentos.
Há um acontecimento que gravei na memória e nunca vou esquecer porque me agradou de mais. Quando há poucos anos, no Colégio, perguntaram aos alunos se conheciam alguém importante que quisesse falar dos seus feitos, ela indicou a sua avó escritora e eu fui com muito gosto falar aos seus colegas dos meus livros. Vi como estava orgulhosa e risonha e gostei, gostei muito de responder às perguntas pertinentes e inteligentes de muitos. Estiveram interessados sempre, por isso, as perguntas não terminavam e fui eu que pus termo à reunião antes que o aborrecimento deles viesse.
Mas quanto à Rita, que tem uns olhos muito particulares, é a que conhece e valoriza a minha importância.
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