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Ontem foi o dia mundial da biodiversidade e o jornal Público publicou um caderno dedicado ao tema.
Isso levou-me de regresso a Viena e à casa que não pode ser visitada por dentro por estar habitada, mas que, por fora, é espectacular de diversidade. É ponto obrigatório de visita turística e, dizem as propagandas “é o lugar onde milhões de pessoas de todo o mundo se tornam conscientes do seu desejo de uma vida que se harmonize consigo próprios e com a natureza. Daqui voltam para os seus países com uma nova esperança.”
Não compreendi isto muito bem ao olhar a casa ou o conjunto de casas que me pareceu um objecto estranho, extremamente colorido, sem dúvida, rico de diversidade em materiais e formas, onde as plantas crescem em todos os balcões, varandas e telhados. Daí a poder dizer-se que é o lugar onde pela primeira vez na História seres humanos e natureza vivem juntos com iguais direitos… há uma grande distância.
Criado pelo artista Hundertwasser e pelo arquitecto Krawina, representa um ponto de partida para edifícios artísticos na Áustria e noutros países, pelo que li. A mim pareceu-me um objecto de arte aplicada, de arte nova flamejante, imensamente divertido e maravilhosamente assimétrico. Na aparência mais artesanal e mais fácil de realizar do que a casa Milá, de apartamentos, em Barcelona, desenhada em 1905 por Gaudi, tem esculturas como elemento decorativo, ferro forjado nas varandas, vidros e cristais de joalharia em pilares construídos com bolas brilhantes coloridas separadas por anéis que sustentam pesadas estruturas de cimento armado; vãos e volumes e estuques pintados de cores intensas sem preocupação de equilíbrio ou segundo uma estranha ideia de harmonia.
A obra pode modificar muito o gosto do público que a visita, mas não parece prestar-se a grandes projectos de arquitectura.
Ficará, suponho, como uma curiosidade e não como um novo estilo, desejo dos seus criadores.
(há mais imagens desta casa no meu post Solidariedade, Partilha, Interdependência)
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