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Hoje, ao fim do dia, tomei uma decisão importante: juntar pedaços de mim que têm andado dispersos por aí e tentar construir uma unidade coerente. Como se isso fosse possível ou sequer desejável.
Metade dos filósofos que conheço pensam que tem que haver unidade para haver conhecimento, querem dizer, não se pode conhecer o que varia, o que não é uno. O que é uma tarefa transcendente, mas será o meu jogo para os próximos tempos. E que farei alegremente, não superficialmente. Porque tal como cita o meu amigo bloguista Manuel, a partir de Mário Andrade, não tenho tempo nem desejo de me ocupar senão do essencial.
E diz M. A. que não quer debater rótulos mas conteúdos… E que tendo poucas cerejas na taça (como eu trinco de vagar cerejas frescas e duras entre dentes quase com raiva mas com enorme volúpia), quer aproveitar todas as que restam a viver ao lado de gente humana, coisas e gente de verdade. E eu ponho-me a pensar no que é o essencial como se fosse um objecto e no que é gente de verdade como se houvesse gente de verdade ou como se eu a conhecesse.
Não será o essencial para alguns a telenovela diária? Ou o mexerico com o vizinho? Ou a luta fratricida com o colega de emprego competitivo? Ou com o atleta que corre ao nosso lado? Ou a discussão inflamada sobre futebol e o clube rival e o árbitro e o treinador e o dirigente…? Ou sobre estafados temas políticos?
Não será alguma dessas coisas o essencial? Serão algumas dessas pessoas… gente de verdade?
Haverá muitos essenciais. E muito diferente gente de verdade. De certeza, há conceitos a definir.
O que é para mim essencial não é para o outro nem para o outro?
Então o que me interessa descobrir é o essencial em si de que faria ciência, baseado em estudo e análise? Ou de que faria religião baseado em fé?
Ou interessa-me o variável essencial que satisfaz cada um que proclama a sua opinião sem fundamento?
Há os meus amigos e as pessoas que admiro a quem pergunto tudo isso e cujos textos vou ler com redobrado prazer.
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