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Que fazer da Hungria? (3)

por Zilda Cardoso, em 14.07.09

 

 

Os movimentos nacionalistas que surgiram nos finais do século XIX no Reino da Hungria, não apenas dos magiares mas das outras nacionalidades, levaram a uma difícil fase de reformas. Dado que a percentagem de magiares em 1850 era de 45% da população total (resultado tendencioso ou não, de qualquer modo variável conforme a região sendo que, na Transilvânia, a grande maioria da população era romena), alguns dos seus pedidos de mudanças foram ouvidos.
Por exemplo, a língua oficial do País. Era o latim. Passou a ser o húngaro magiar. Não sem protestos das outras nacionalidades, cada uma a querer valorizar a sua língua/mãe, como é natural, e os princípios e as conveniências da sua etnia.
Os outros eram muitos e diversos – eslovacos, alemães, romenos, sérvios e croatas, ucranianos, judeus, ciganos… Como fazer cada um ver para além do seu pequeno campo de visão?
Eram inevitáveis os conflitos de nacionalidades. Não houve um político sensato e forte a tentar conciliar interesses. Obama teria dito: temos que agir de acordo com o que vemos e ouvimos neste momento, com o que sentimos independentemente da nossa religião e origem étnica. Devemos recorrer a algum princípio que seja acessível a todos, um princípio com valor universal. E superar os preconceitos e usar o senso comum - base de toda a jurisprudência.
Os magiares não podiam expulsar do território comum as populações de outras origens. Havia que usar habilidades de persuasor, habilidades políticas, e negociar. Isso envolvia compromissos e, sobretudo, havia que definir objectivos comuns - base de quaisquer acções políticas. Não havia escolha.
Como os Habsburgos não quiseram entender desse modo nem tão pouco o chanceler austríaco Metternich (Tinha sido pedida a autonomia da Hungria dentro do Império Habsburgo e a princípio concedida, mas Francisco José, resolvido o seu problema da revolta de Viena, recusou o pedido), houve uma guerra civil, os magiares lutaram não apenas contra o exército austríaco mas também contra os das outras nacionalidades que não aceitavam a sua supremacia.
Foi a célebre revolução iniciada em 1848 entre nacionalidades, um conflito sem fim que inclui as lutas entre liberais e absolutistas, e continuada nos anos seguintes contra o governo imperial. Este foi derrotado e declarada a independência da Hungria. Então o imperador apelou para a Rússia que invadiu o País.
E foi o caos da guerra, é o caos de qualquer guerra.
Não foi possível à Hungria resistir. O arquiduque Alberto de Habsburgo foi nomeado governador do Reino. Porém, havia uma “resistência passiva”, uma hostilidade permanente e um “nacionalismo romântico” muito próprio destas situações.
Então em 1867 foi celebrado um compromisso entre a Áustria e a Hungria e o Império Habsburgo foi transformado na Monarquia Dual da Áustria-Hungria, chamado também Império Austro-húngaro, com governos separados e o mesmo imperador, com política externa comum e economia e forças armadas administradas pela Áustria.
Até que em 1918, terminada a 1ª guerra mundial, a monarquia austro-húngara ruiu.

(informações colhidas na Internet e no livro Mil Ans d'Histoire Hongroise)

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publicado às 10:45




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