
Os movimentos nacionalistas que surgiram nos finais do século XIX no Reino da Hungria, não apenas dos magiares mas das outras nacionalidades, levaram a uma difícil fase de reformas. Dado que a percentagem de magiares em 1850 era de 45% da população total (resultado tendencioso ou não, de qualquer modo variável conforme a região sendo que, na Transilvânia, a grande maioria da população era romena), alguns dos seus pedidos de mudanças foram ouvidos.
Por exemplo, a língua oficial do País. Era o latim. Passou a ser o húngaro magiar. Não sem protestos das outras nacionalidades, cada uma a querer valorizar a sua língua/mãe, como é natural, e os princípios e as conveniências da sua etnia.
Os outros eram muitos e diversos – eslovacos, alemães, romenos, sérvios e croatas, ucranianos, judeus, ciganos… Como fazer cada um ver para além do seu pequeno campo de visão?
Eram inevitáveis os conflitos de nacionalidades. Não houve um político sensato e forte a tentar conciliar interesses. Obama teria dito: temos que agir de acordo com o que vemos e ouvimos neste momento, com o que sentimos independentemente da nossa religião e origem étnica. Devemos recorrer a algum princípio que seja acessível a todos, um princípio com valor universal. E superar os preconceitos e usar o senso comum - base de toda a jurisprudência.
Os magiares não podiam expulsar do território comum as populações de outras origens. Havia que usar habilidades de persuasor, habilidades políticas, e negociar. Isso envolvia compromissos e, sobretudo, havia que definir objectivos comuns - base de quaisquer acções políticas. Não havia escolha.
Como os Habsburgos não quiseram entender desse modo nem tão pouco o chanceler austríaco Metternich (Tinha sido pedida a autonomia da Hungria dentro do Império Habsburgo e a princípio concedida, mas Francisco José, resolvido o seu problema da revolta de Viena, recusou o pedido), houve uma guerra civil, os magiares lutaram não apenas contra o exército austríaco mas também contra os das outras nacionalidades que não aceitavam a sua supremacia.
Foi a célebre revolução iniciada em 1848 entre nacionalidades, um conflito sem fim que inclui as lutas entre liberais e absolutistas, e continuada nos anos seguintes contra o governo imperial. Este foi derrotado e declarada a independência da Hungria. Então o imperador apelou para a Rússia que invadiu o País.
E foi o caos da guerra, é o caos de qualquer guerra.
Não foi possível à Hungria resistir. O arquiduque Alberto de Habsburgo foi nomeado governador do Reino. Porém, havia uma “resistência passiva”, uma hostilidade permanente e um “nacionalismo romântico” muito próprio destas situações.
Então em 1867 foi celebrado um compromisso entre a Áustria e a Hungria e o Império Habsburgo foi transformado na Monarquia Dual da Áustria-Hungria, chamado também Império Austro-húngaro, com governos separados e o mesmo imperador, com política externa comum e economia e forças armadas administradas pela Áustria.
Até que em 1918, terminada a 1ª guerra mundial, a monarquia austro-húngara ruiu.
(informações colhidas na Internet e no livro Mil Ans d'Histoire Hongroise)