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Se bem me lembro, esté é o tìtulo de um romance de Françoise Sagan. De cada vez que tenho oportunidade de ouvir Brahms, repito a pergunta para mim própria. Não sei se gosto do compositor. Acho que não gosto.
Hoje fui ouvi-lo na Casa da Música, num concerto comentado, ao meio-dia, porque o meu amigo Obama me recomendou que fizesse coisas difíceis, essas me dariam muito maior prazer e definiriam melhor o meu carácter.
Estava a casa quase cheia o que me surpreendeu. Havia muito movimento, à frente das bilheteiras formaram-se filas intermináveis. O concerto principiou um pouco mais tarde e terminou minutos passados da hora marcada, demorou rigorosamente uma hora como estava previsto.
Foi a Orquestra Sinfónica do Porto dirigida pelo maestro Emilio Pomàrico, italiano nascido na Argentina, que tocou a nº 4 em Mi menor, op. 98, comentada por Rui Pereira.
Houve um grande acerto nessa combinação difícil entre o maestro, o comentador, a orquestra e a música para as interrupções constantes e as explicações que resultaram muito propositadas, sábias e estimulantes. Ficamos a entender muito melhor a música de Brahms, esta Sinfonia de Outono, bucólica e contemplativa.
Quanto a mim, terei que voltar a ouvi-la para continuar a ser convencida. Fico muito confusa, talvez porque, como se lê no programa, "a quarta sinfonia de Brahms representa um equilíbrio perfeito entre a herança do barroco, a clareza das formas clássicas e o ímpeto do romantismo." Um equilíbrio perfeito é o que dizem os entendidos.
Rui Pereira tem grande capacidade para este papel, pois além de ser diplomado em piano, é mestre em performance e doutor em musicologia, crítico musical, conferencista e professor.
Pomàrico tem um optimo curriculo como maestro e compositor, ganhou prémios internacionais de composição e é professor de direcção de orquestra em Milão.
A Orquesta, constituida como sinfónica em 1997, é composta por 97 instrumentistas e reside na Casa da Música desde 2006.
Este ano, a programação da Casa que é um sucesso na cidade (aparentemente voltamos anos atrás quando a música parecia ser o espectáculo preferido dos portuenses), vai privilegiar compositores e maestros brasileiros.
Estas são as informações que obtive facilmente a partir dos programas distribuidos à entrada.
Num dia tão tempestuoso e cheio de nuvens como o de hoje, achei que merecia "a oportunidade de tentar obter uma felicidade completa".
Porém, a culpa não foi do Brahms.
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