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Manhã AZUL

por Zilda Cardoso, em 28.06.17

Em Junho, tenho-me empenhado na busca da manhã de Verão deslumbrante de que falam os poetas.

E saí para a praia num dos últimos dias possíveis.

O mar estava todo de azul, de muitos azuis amalgamados ou confundidos com outras tintas, de modo a resultar uma imensidão colorida como nunca antes tinha visto. E não sei classificar: cores novas conseguidas no momento, irrepetíveis, segundo penso. Nada tão harmonioso e inesperado mesmo para mim que o contemplo todos os dias.

E o céu, diria, azul de diferentes tonalidades, misturas, combinações de grande mestre que não explica como o faz nem por quê, o que o orienta.

Não havia vento, nem chuva, nem sol, nem nevoeiro; não havia frio nem calor, nem mágoas nem espinhos… apenas uma serenidade, uma transparência, um silêncio ligeiramente musical… Graça? Talvez… não, não sei…

Uma beleza incomparável, sim. Um regalo.

Era isto que procurava, foi o que achei há poucos dias: o momento feliz de deslumbramento que aconteceu e não voltará a acontecer.

E que não sei imaginar. Uma imagem real está na minha memória, desconheço como se desenha e se pinta ou como se descreve.

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publicado às 16:42

Aquilo fechado lá ao fundo

por Zilda Cardoso, em 23.07.09

 

 

  

 

O ar azulado dá um tom estranho às árvores, ao céu, às montanhas - é o que me separa daquilo.
Não é azulado, mas misturado com vermelho, ligeiramente roxo e fluído.
E eu penso: não deixes o tempo passar, não deixes.
Ambos faremos a mudança na terra, na nossa casa, na família. Nenhum vai mostrar superioridade ao outro, não é para isso que estamos aqui.
  
A Terra não é o centro do Universo desde Copérnico. Por que havia de ser um de nós o centro?!
O que separa, o que está para além e para aquém das coisas azuladas, será o ar azulado ou mesmo azul, o mistério por que me sinto envolvida e nos envolve. 
 
  
 
  
Tento compreender o que me impede de ver mais longe. Caminho, caminho… aproximo-me, nunca estou perto.
 
Há aquilo fechado lá ao fundo.
 
 

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publicado às 15:16

O GOSTO do AZUL

por Zilda Cardoso, em 04.10.08

 

Cheguei ontem à tarde para uns dias de sol e de calor no Algarve, mas um vento louco, violento e gelado como o da serra de Guadarrama no Inverno, desarrumava-me a cabeça, por dentro e por fora, extremamente divertido, os meus cabelos dançavam como loucos e as ideias seguiam-lhes os passos. Eu caminhava contra o vento, agarrada com força a mim mesma, o pobre casaco de Verão trespassado na frente, sem resultado.
Pensava como havia de explicar lá no Norte que tinha percorrido 600 quilómetros para isto, para sofrer isto…
Encaminhei-me para o hotel e fui sentar-me na confortável cadeira verde de material semelhante ao plástico com um bom design e, bem abrigada, regressei a momentos velhos alegremente recordados que procuro dar a ver.
 
Estalam relâmpagos de luz
no azul-azul do mar azul
e do céu azul:
aqui e ali 
 
A fina praia cor de areia
molhada e lisa
 reflecte o azul.
 
Das velas brancas junto à costa
das gaivotas lavadas e gritantes
da brisa como carícia ao fim da tarde
do ar salgado, da água fria
de flutuar ausente e sem cuidado,
 
gosto
e... dos barcos abandonados na praia
imóveis, azuis e sós.
 

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publicado às 08:28




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