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Ocupo-me durante algumas horas por dia a ver e a ouvir as histórias que os outros têm para contar, as histórias dos outros. Não porque me interesse a anedota ou o enredo, o romance, mas porque me fascina a linguagem - a forma como as palavras são usadas e as imagens escolhidas e montadas, as ideias, os pensamentos que lhes deram origem, os conhecimentos que revelam, as referências culturais…
As minhas histórias, as que vivo… ponho nelas a alma toda, são a minha realidade, o que me faz sofrer ou me dá prazer intenso, mas que é sempre, é entendido ser para deixar marca, para magoar. Nem sempre estou disposta.
De modo que as que me contam são muito mais importantes. Apaixona-me descobrir a forma e o porquê das escolhas do autor, os seus objectivos, que serão os de cativar os leitores e os espectadores, se foram atingidos e se o autor tocou um nível artístico ou moral que lhe permita pensar candidatar-se a um Oscar ou a um Nobel!
No caso do cinema ou da televisão, os longos programas que os mais jovens diariamente observam e absorvem podem ser extremamente sugestivos de violência, de maldades, de crimes de toda a ordem.
É lamentável que a grande maioria dos programas que clamam a sua atenção e que lhes é permitido verem sejam medíocres não na técnica que essa é perfeita, mas nas qualidades éticas dos conteúdos.
Para mim, há sempre o que vale a pena aprender: de um novo ângulo, com outra disposição, reparando melhor, um detalhe novo que pode já ter sido visto milhares de vezes… que acaba por ser insignificante… a que darei apenas a importância que merece.
É para não sofrer ou para sofrer menos ou para reflectir que prefiro assistir às histórias dos outros em vez de viver as minhas o tempo todo. Ou como intervalo.
No fim, ainda estou a viver a minha vida.
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