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Sabemos que qualquer discussão só pode fazer sentido se o significado das palavras que são usadas for o mesmo para os diferentes intervenientes. Infelizmente, quase nunca é.
Desse modo, poderemos estar a falar de realidades diferentes. E surgirão conflitos, é muito provavel e, se o objecto for importante ou mesmo sem o ser, uma guerra pode ser desencadeada, uma guerra séria que acabe por envolver muitas pessoas perfeitamente inocentes, a respeito do que se discute.
Por tudo isso em que repetidamente tenho pensado a muitos propósitos, decidi hoje tentar fixar um conteúdo para a palavra herói, através de uma pequena investigação acerca de significados e de heróis e de heróis do nosso tempo.
Fixar-lhe um conteúdo? Claro, para meu uso, para quando falo de heróis. Para que entendam de que heróis falo.
E principiei pela internet.
Vi que ia ter muitas dificuldades. Porque desde o super-homem a sério ao dos desenhos animados, ao herói acidental; desde o herói tal como era entendido pelo Gregos, ao herói que sorri, do herói nacional ao herói civilizador; dos heróis do mar aos do ultramar; dos heróis do mundial aos heróis à moda do Porto… há de facto muitos heróis.
Penso que o que posso entender é que se trata de uma figura “notável positivamente pelos seus feitos e/ou capacidades”. Esta definição muito geral servirá para o nosso tempo e para o nosso meio.
É “uma figura arquetípica que reúne atributos necessários para superar de forma excepcional um problema de dimensão épica”, poderá ser uma definição mais clássica para uma grandeza menos alcançável. E teremos que definir o que é a dimensão épica. Para os Gregos, o herói tinha uma qualidade semi-divina, um dos progenitores era divino, o outro humano, o que poderá facilitar o nosso entendimento e a aceitação da excepcionalidade dos seus actos.
E há o principal personagem de um poema épico como o Gama.
O que é um herói numa sociedade voltada para a guerra é o contrário disso numa sociedade interessada na paz e pode ser condenado pelos mesmos actos por que antes foi louvado. Quer dizer, o entendimento do conceito depende do contexto em que os actos heroicos se realizaram.
Na verdade, continuamos a confiar nos nossos heróis, temos muitos - cada um de nós pode ter o seu herói - e esperamos que, pelas suas admiráveis capacidades, resolvam os nossos problemas mais graves.
A cada momento, “eles reunem-se para salvar a humanidade” que está permanentemente a precisar de ser salva.
Mas ser herói também tem o seu preço: eles arriscam e sofrem.
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