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Aprecio o mundo em que vivo: tem tudo de que preciso. E talvez um pouco mais.
Todavia, não acho forçoso nem interessante reparar naquilo de que não necessito ou de que não gosto. Não tenho hipótese de o modificar suficientemente ou de o tirar daqui para fora.
Modificar talvez possa, até certo ponto. Ou adaptar-me, o que é mais fácil, e esforçar-me por gostar. Deve ser o mais proveitoso.
De resto, acho que foi bem escolhido este planeta para mim e para todos os outros que aqui vivem viverem. Foi bem escolhido.
Imaginem que tinham as nossas sementes caído em Marte ou noutro qualquer dos planetas do sistema solar. Como tudo seria diferente! Mesmo sabendo tão pouco dos outros planetas desse pequeno grupo, podemos depreender do que vemos que seria inteiramente diverso. Gostava de ser capaz de imaginar até que ponto...
Eis um esplêndido tema de reflexão.
Temos pensado sempre como habitantes da Terra – isso nos condiciona. Recriminamo-nos com os nossos erros monumentais, com as invenções destruidoras, parece termos chegado ao limite quanto a gasto e desperdício dos recursos naturais postos à nossa disposição para serem usados em caso de necessidade de sobrevivência.
Temos feito tudo mal.
Deve ser ocasião de tomar uma iniciativa importante. Mudaremos de sítio.
Vamos empenhar-nos com outros planetas. Temos um Universo na nossa frente, podemos começar, ainda há muito para ser destruído noutros.
Antes, pergunto: será que os deuses que nos puseram aqui esperavam que nos aguentássemos por tão largo período? Eles sabem, não querem tomar a iniciativa, mas sabem que já não temos mais maldades para imaginar e executar, mais torpezas, iniquidades, perversidades, traições, corrupções… e, por isso, é melhor passarmos desde já para um lugar limpo. Talvez nos ajude a melhorar.
Proponho começarmos a pensar em Mercúrio ou Vénus. Ou na Lua que mesmo a uma distância considerável tem ocupado, na sua observação, tantos de nós, poetas. Júpiter? Saturno? Neptuno?
Desde pequena que penso em Saturno, acho Saturno fascinante, brilhante e diferente. Escolheria este. E podemos começar a imaginar acerca dele… rodeado de um sistema de anéis e tão leve e enorme. Caberíamos todos não só na esfera, mas também nos anéis que a rodeiam. Talvez os pudéssemos usar para construir uma morada secundária, com melhores vistas.
Constituído principalmente por hidrogénio e hélio, menos denso do que a água, arranjaríamos maneira de o fazer flutuar num mar gigante que inventaríamos para nosso gozo.
Se alinharem, vai ser muito divertido!
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