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Uma amiga disse-me ontem: quero ir tomar chá contigo num sítio onde haja árvores… que não seja Serralves, há outro lugar?
Eu não lhe sei dizer.
No Club… lembrei-me agora, talvez no Cricket. Mas para o chá, o Club não é bom, se bem que tenha árvores muito favoráveis.
Adiamos o chá… até nos lembrarmos de um melhor lugar possível.
Mesmo em Serralves, na Casa de Chá no meio do jardim no campo de ténis, tão agradável, vou reflectindo, não sei se é ainda praticável. Esteve fechada a Casa muito tempo. Como estará agora?
Mas não é admissível, resmungo alto, ninguém gosta de árvores no Porto?
As casas de chá que eu conhecia na minha zona, onde era possível ir apreciando as árvores de cores vibrantes, as grandes rosas azuis a desabrochar para mim e para ti e as glicínias brancas até ao chão com aquele ar inocente e matinal, já não servem chá, não se aguentam só a servir chá, dizem.
Como posso concluir que o mundo é maravilhoso (apoiando o Louis Armstrong na sua velha canção) se não há e não vejo tesouros desses enquanto tomo a minha menta perfumada?
O céu… gostava de o ver azul, está já escuro à hora do chá, razão por que não contemplo o arco-íris no rosto das pessoas que passam, nem os amigos cumprimentando-se com aquele bom ar disponível e acolhedor, dizendo como vais, enquanto pensam que muito se apreciam, que se amam, I love you, como dizia o velho senhor negro, tão sensível.
Que diria ele nesta luz indecisa, sem azul e sem nuvens brancas, apesar da fatia de lua com contornos brilhantes daqui a pouco na escuridão? Não penso que chegue para sacralizar a noite, apesar da sua força sedutora.
E não é possível ver a perfeição, nesta luz, esse espectáculo excessivo e desconcertante que eu aprecio antecipar e não avalio realmente já que nunca chego a tempo.
A que mundo devo renunciar então?
Que mundo devo anunciar?
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