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Imagino o sabor do azul ligado ao verde, iluminado por dentro, ligeiramente frio e doce. Penso num sorvete peculiar sem natas e como me agradaria aproximar-me com uma colher pequena e colher uma porção.
De resto, tento. Porém, esse azul afasta-se, não permite que lhe toque. Fica-me nos olhos e para qualquer lado que me volte, vejo-o sempre a afastar-se à mistura com mistério, abismo sedutor abismo, confidente do que não sei.
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O azul é a alma translúcida do tempo. É o que eu persigo, o que me atrai: omnipresente, infinito – alma e tempo.
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Talvez o azul seja um perfume acumulado de inúmeras gerações de flores trituradas, amalgamadas, vivas apenas na essência do azul.
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Para além e através do azul, nada posso perceber. Azul é azul, não é nada, não é transparente. Sobrepõe-se ao que estará para além e que fico a imaginar, a dourar de todas as boas e belas características possíveis. As que conheço, naturalmente. Não poderia imaginar o que não conheço.
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O azul hoje está sem verde e mais distante. Próximo de mim, nuvens brancas desfeitas dançam-me levemente nos olhos.
Não conservam nenhuma forma, os farrapos mudam a cada instante e dão uma sensação que não chega a ser confusa porque não reconheço nada neles. Nem mesmo revendo velhas memórias… Como se o azul estivesse vazio.
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