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Convidei alguns amigos para a Varanda, ao fim do dia,.
Ali estavam os copos cheios não de cidra mas de pequenas estrelas douradas e brilhantes, inquietas e irrequietas. E, atentos eram os amigos ao Astro, que caminhava majestoso e indiferente para o seu ocaso.
Que não veio, já vos digo!
Estava certa de que ele se ia despedir como cada dia, com exuberância e júbilo, no que participaríamos com gosto. E que nos premiaria desde logo com uma cena ofuscante, a bem dizer. Estávamos todos sorridentes esperando o espectáculo prometido desde sempre.
Tal como EPC faria com os seus amigos se tivesse uma ilha (diz ele). Eles chegariam cantando baladas de marinheiros e depois de beberem cidra, adormeceriam abraçados, talvez, com a boca salgada.
Mas não veio, já vos digo, ele….
Quando faltavam poucos centímetros para chegar ao horizonte… desapareceu. Simplesmente!
Não fiquei apenas desolada, mas devastada.
E os meus amigos ficaram a não acreditar na magia que eu
lhes tinha longamente contado como real. Nem na beleza. Ficaram a pensar-me como de imaginação fértil e nada mais. (Não é mau!)
Assim, não houve esfera dourada e dura, aquela forma que se pode raspar como um limão. E depois verter as raspas, as aparas ou as lascas cintilantes na água salgada: viriam em ondas sucessivas e graciosas até aos nossos pés ou até à Varanda.
E nós ficaríamos deslumbrados e felizes.
Não veio.
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