Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Fui visitar a passarada no estuário da ribeira da Granja na Foz do Douro.
Havia centenas de gaivotinhas de patas amarelas que surfavam (devo escrever sarfavam? não é bem o mesmo som…) deliciadas. A água corria para o mar com uma ligeiríssima ondulação e elas deixavam-se ir, era bom de ver. Voltavam atrás e recomeçavam a cada dois minutos… Assim ocupariam a tarde de sol e de vento. Não precisavam comer mais nem brigar mais, brincavam.
Também andavam por ali patos, muito mais sisudos, asseando-se continuamente, penas brancas e brilhantes e bonito porte. Acho que se maquilham para representarem um papel, não descobri qual.
As garças e os corvos são mais sombrios, não se regalam facilmente. Estavam no meio do rio, sobre o pouco seco, de costas para a costa, para a minha costa, e quase sempre de asas abertas como se tivessem calor.
Vêm passar o Inverno em Portugal. Estão quase a ir - se para norte, para Inglaterra e para a Irlanda. Parece que secam as asas quando pousam, é o que se diz. E também se diz que há duas espécies de corvos: o de faces brancas e o de crista, chamado galheta que vive todo o ano por aqui embora seja mais raro e difícil de encontrar. O mais comum é o de faces brancas, o que migra, o que está apenas de Inverno.
Só a voar os acho elegantes, o de crista, pelo menos.
Na água hoje nenhum pensou como a vida é difícil. Nem as garças-reais cinzentas tranquilamente pousadas, de pé todo o tempo, na rocha do estuário. Admiro a sua tranquilidade. E também o seu pescoço (de garça ou de bailarina?), as suas pernas altas e elegantes, como é moda.
Também há maçaricos das rochas e rolas do mar e piscos de peito azul… mas eu não quero saber mais, só constato que todo este mundo está feliz.
E eu regresso a casa um pouco banhada pela sua fortuna.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.