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Há os que não sentem o apelo do transcendente

por Zilda Cardoso, em 11.11.16

 

DSC01340.JPG

 

Há os que não sentem o apelo do transcendente

que “vivem” num lugar determinado

e não abrem o olhar para o longe…

que não procuram “um país inocente”.

 

Trabalham de olhos na terra e não têm tempo

não prezam o sabor do sol

não conhecem os nomes que falam de amar

não gritam, não cantam, não se despem nunca.

 

Não enxergam as uvas em cachos verdes

na ramada a frescura do vento o espaço

dançando aberto e cheio de perfume de algas

e de mel do favo.

 

Não vêem as luzes da bruma da manhã

pousadas nas árvores ou a boiar na água

não ouvem a vibração do mar distante

não procuram captar o NADA,

o centro imóvel do mundo, o secreto absoluto.

 

Nada sabem de eterno retorno, de formas

de palavras tão leves que não magoam o silêncio.

Não se sentem nunca respirar em uníssono com o universo.

 

Cegos, mudos, surdos, insensíveis às presenças intocáveis

trabalham de olhos na terra e apontam só os vermes

os buracos, as pedras escuras, as ervas secas

e o que está por-fazer.

 

DSC01347.JPG

 

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publicado às 14:15


3 comentários

De Anónimo a 12.11.2016 às 14:00

É em Moledo, of course!

De Victor a 12.11.2016 às 17:36

Citando Jorge de Sena:
Quando o leitor vê vida na página impressa, toca o coração das coisas, quais letras...?,  que é lá isso...?, é vida: a verdade...!  , é desse interlocutor...desse amante...o leitor.

Foi o que senti ao ler este, magnifico texto...lindamente ilustrado com "aroma" a Moledo...!

Obrigado.

De Zilda Cardoso a 13.11.2016 às 19:07

É sempre um gosto saber que há quem compreenda. Obg. Victor.

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