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Todos os dias, ao fim do dia, elas vêm às centenas, espalham-se sobre mim, a grande distância, em altura, e gozam os complexos jogos que inventaram para o referido efeito. Têm muito espaço e não sabem resistir às boas condições temporais…
Vejo-as com assombro em complicadas manobras de diversão. Até que fica escuro e elas se vão como se chamadas pelo toque de uma trombeta que necessita repetir, por vezes e apesar de tudo, precisa repetir. É sempre possível uma última aventura exaltante.
Estimo a companhia, elas vêm por bem, vêm todas por bem àquela hora. É tempo de recolher, de lugar comum e, em breve, de silêncio. Ainda voltam, com entusiasmo e alegria, algumas que não vieram antes, que não participavam do primeiro grupo, tenho a certeza. Parecem-me todas iguais, no entanto. Se bem que tenha encontrado aqui, ao nível da ribeira da Granja, foz do Douro, umas quantas de patas mais amarelas, de asas cinzentas sobre branco, mais pequenas, mas não menos agressivas.
Não brincam quando estão a viver!
Recordo-me de uma enorme num museu da Noruega. Ocupava uma sala inteira, só ela suspensa no tecto, olhávamos para cima e víamo-la, pendurada, andávamos por baixo e parecia estranho.
Aqui voam todas na mesma direcção, para um poiso comum, recolhem-se ao fim do dia, minhas companheiras!
Fico observando até não haver mais neste mundo delas e fonte de emoção. Porém, gostava de perceber, gostava que me ensinassem, mas elas acham-me estúpida.
De uma coisa estou certa: divertem-se em certos momentos e têm um poiso comum, é o que elas conhecem. Às vezes, parecem-me um pouco mentirosas. É impressão minha. Quase tudo nas nossas conversas se resume a mal-entendidos!
No entanto, esta hora do recolher é de paz e de serenidade. Elas saem sempre vitoriosas.
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