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Não me queixarei nunca seja de que injustiça for, se tiver presente o quanto tenho sido favorecida com a possibilidade de desfrutar de uma paisagem sumptuosa. como esta.
Acho que dependeu de múltiplas circunstâncias o facto de poder gozá-la com esta frequência e à-vontade.
Acontece que moro aqui. E podia vivar noutro sítio, numa casa sem janela e sem varanda.
Porém, o que não é aleatório é o saber ver. O ser capaz de distinguir observando, analisando, concluindo de forma precária.
E posso ver o que estou vendo como um presente de quem o criou. Mas não deixar fugir o essencial pode ser um mérito meu.
Que me levará a considerar este espaço exterior como “um espaço fora do espaço” e eu não sei o que isto quer dizer. Não sei mesmo, se bem que preze muito quem o disse.
Sinto um permanente ressentimento em relação a este espaço exterior.
Ele mostra-mo e não me deixa ver o que eu preferia ver com clareza. E lembro sempre o que Ele quer que eu veja e o que ele esconde e quer simplesmente que eu descubra.
Acho-O insaciável de perfeição, no sentido de que não me deu inteligência suficiente para descobrir o essencial, por isso, nunca o poderei descobrir. No entanto, esta insistência em querer que descubra revelará um desejo…
Terei vontade e capacidade apenas para ir encontrando sem perder a esperança de chegar a encontrar. Sabendo bem que não serei capaz, enquanto Ele não quiser.
Desejo independência, mas não sei como conquistá-la.
A menos que esta paisagem de que falo não tenha nada a ver com o que está aqui, cada dia, à disposição do meu olhar a partir da varanda.
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