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Apenas quero falar do que não deixará raízes.
Simplesmente me interessa isso e o que não partiu de raízes.
Assim, falarei do que é superficial e vago, indecisamente azul e odorífero.
Se nos é dado viver um dia de cada vez, não sei por quantos dias, então é assim que deve ser - sem pensamentos difíceis nem de passado nem de futuro. Cada coisa é o que é e nada mais; sem razão para querer ir mais longe ou/e mais fundo.
Por que havia de querer saber o que está para além? Como se este espaço superficial entre a varanda e a linha do horizonte líquido não fosse o suficiente para a investigação diária que devo fazer?!
Quanto ao que está mais fundo…
É uma imensidão tão brilhante, tão misteriosa, possivelmente, tão profunda afinal, de tal modo bela…
Há poucos minutos, uma névoa estava caída sobre a água azul e quieta; vinha do alto como pendurada cortina e não permitia ver para além de um palmo de mim. Por milagre que não compreendi, como é natural, é agora desaparecida. Foi retirada, simplesmente.
Ficou o que era suposto estar lá antes e já não está. Isto é, talvez nada.
Refiro-me ao que estará nas profundezas e que posso imaginar largamente com palavras minhas e pensamentos que fizeram surgir acolá o que gostava de ver lá. Na verdade, apenas o que gostaria de ver.
E julgo não haver mais nada. Nunca ter havido.
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