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Dizem que as grandes decisões se não tomam de Verão. Que não é tempo disso.
É antes ocasião de brilhos e de festas, de bandas e de festivais, de coretos e de romarias… Receamos muito que acabe depressa (o Verão) e que, para nosso gosto,.ele chegue cedo ao fim,
Por mais que nos apressemos a festejar, a saborear, a dançar e a cantar, a pular e a correr... e tenhamos em Junho os dias mais longos de todo o ano com o sol às 5 ou 6 pela casa dentro, brilhante, a afastar a indolência..., mesmo assim, os dias não chegam e as férias acabam logo. Há tanto a não fazer, tanto!
De Inverno, os dias incrivelmente entediantes, são cheios de horas e de vagares e de viagens fora. Nem o Sol quer ficar connosco. Temos todo o tempo de lareira para tomar decisões, não é agora. Hoje há o silêncio cinzento aqui à beira-mar, um silêncio que se não ouve, mas se vê naquela fina orla branca contra as rochas arcaicas.
Nada é nítido, recortado e brilhante. Aquela massa sem cor manteve-se pousada toda a manhã por aqui.
O Sol esquece-se de passar, abandona o mar, esta costa, os passeios, as esplanadas…. Tudo resta sem cor e sem definição. Silêncio, sem qualquer rumor, é desagradável.
Depois o mar estremece ligeiramente, o sol espreita, acende por minutos, não chega a iluminar. O cinzento é agora translúcido, altera a paisagem.
Começo a entender: há dias veranescos ou de veraneio que são Invernosos e alguns de Inverno perfeitamente veranistas.
Mas não há que entender.
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