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Arte e Peregrinação

por Zilda Cardoso, em 22.02.11

As exposições temporárias do Museu do Oriente têm para mim um encanto incomparável. Neste momento, há três cheias de poesia: Os Portugueses no Japão da Idade Moderna, (encomendas Namban ); Os Portugueses ao Encontro da sua História (em colaboração com o Centro Nacional de Cultura); e Os Papagaios de Papel (surgidos na China há mais de 2000 anos).

Relembro aqui Os Portugueses ao Encontro da sua História.

 

 

 

 

O Centro Nacional de Cultura organiza “embaixadas culturais que dão origem a laços e projectos registadas nos Diários de Viagem sempre da autoria de um artista plástico e de um escritor”. E são as ilustrações de quatro artistas portugueses resultantes de algumas dessas viagens ao Japão, à Indonésia e à Índia, o que aqui se mostra, e que acompanham as descrições dos escritores e, sem dúvida, as completam. Aliás, completam-se mutuamente – a escrita e a imagem.

Os artistas mostrados são Graça Morais, João Queiroz, José de Guimarães e Bárbara Assis Pacheco.

O texto que chamou a minha atenção foi o de Jorge Borges de Macedo num desses Diários de Viagem. Receio não serem exactamente estas as palavras que  estão escritas e reproduzidas em painéis na sala do Museu, mas conto com a Isabel Maia Jácome para mas corrigir e completar.

Fala de um poeta que morreu em Osaka com cinquenta anos (Século XVII), um sublime poeta japonês. Nunca definiu a arte poética, mas a sua obra chegou até nós, graças às compilações e à devoção dos discípulos. Repassado de espiritualidade zen, o poeta viveu entre o que é permanente e o que flui devorado pelo fogo imperioso da descoberta da novidade, das limitações ultrapassadas… E o haiku renasce com ele e continua depois dele na evidência e no mistério que sustenta o mundo. Com os discípulos insiste nas qualidades mestras da poesia – a patine, a ligeireza, o picante. O drama da existência era expresso em pinceladas leves, transparência de humor, que é a substância do amor.

 

 

 

 

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publicado às 18:52


2 comentários

De Isabel Maia Jácome a 25.02.2011 às 23:42

Querida Zilda
Estava a "sonhar" conseguir ir este fim-de-semana a Lisboa para ver e sentir esta exposição de que fala... ler o texto..., os textos... ver os desenhos... sentir...
...mas infelizmente não posso, ainda.
Mas que desejo, muito, desejo!
Muito obrigada Zilda, pelas direcções que nos aponta, pelos alertas, pela subtileza... pelo incentivo!
Um abraço profundamnete amigo
Sempre,
Isabel

De Zilda Cardoso a 28.02.2011 às 15:44

Minha Amiga Isabel
Um poema é uma obra de arte. Deverá ter várias características que o distingam de qualquer outra obra que não é considerada de arte. A opinião tem muito de subjectivo, mas é também muito influenciável, isto é, poderei considerar uma obra como não sendo arte e daí a algum tempo, alguém a considera arte e todos os outros sofrem essa influência, esse entusiasmo ou passam a ver melhor, a considerar mais este ou aquele pormenor e passa a ser considerada arte por aqueles que interessam porque fazem a opinião geral, incluem nas antologias... fazem crítica muito lida… Estão colocados na vida de modo… têm esse poder, de modo a fazerem a divulgação da obra como arte.
É sempre difícil dizer porque razão aquele poema é uma obra de arte e os outros não valem grande coisa.
Penso que a originalidade é fundamental.
E a coerência interna, para além das outras características de que falámos.
É apenas a minha opinião, Isabel. “Que magia é essa, diz-me tu”…

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