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Encontrar um começo inteiramente novo, pode ser uma solução.
Sou cada vez mais atraída pelo desafio possível da novidade. Folheio um livro emprestado há tempos e que, logo comigo, submergiu num mar de papeis… É o Guia da Meditação, ou Change your mind, de Paramananda. Na introdução, o poema A Porta, de Miroslav Holub, poeta checo, prendeu a minha atenção.
Vai e abre a porta.
Talvez lá fora haja
Uma árvore, ou um bosque,
Um jardim,
Ou uma cidade mágica.
Vai e abre a porta.
Talvez haja um cão a vasculhar.
Talvez vejas uma cara,
Ou um olho
Ou a imagem
De uma imagem.
Vai e abre a porta.
Se houver nevoeiro
Dissipar-se-á.
Vai e abre a porta.
Mesmo que nada mais haja
Que o tiquetaque da escuridão,
Mesmo que nada mais haja
Que o vento surdo,
Mesmo que
Nada
haja,
Vai e abre a porta.
Pelo menos
Haverá
Uma corrente de ar.
(não sei quem traduziu o poema)
A ideia que dá é que vale sempre a pena abrir a porta. Quando for impossível abrir para fora, podemos abri-la para dentro, é a porta de que nos fala Holub, diz Paramananda. A meditação é um meio de abrir essa porta e é o que nos revelará “as nossas necessidades mais profundas e as nossas aspirações mais elevadas”. O abrir da porta, é o primeiro passo para um despertar, para a aventura. É o “grande “mito” humano da auto-transcendência.”
Não sei nada disto, mas se a meditação é uma abertura, um tomar consciência do e de quem somos para depois nos integrarmos na vida, com amor, é certo que não podemos nunca mais estar descontentes com a vida. Participamos da corrente e estávamos inexplicavelmente separados dela.
E o
“senta-te simplesmente aí”
é assim tão simples?
A meditação é a arte de se estar consigo mesmo. E de estimular o que há de melhor em nós. Podemos mudar, se quisermos, não somos apenas vítimas das circunstâncias. É um pensamento que nos deve ocorrer continuadamente, pelo que entendo.
Tenho esperança, porque sei que é possível, que possa um dia mudar e sentir-me feliz com os novos hábitos e com a nova sensação de liberdade e de felicidade. Segundo nos conta Paramananda, eu tenho a oportunidade de abandonar todos os papéis que representei na vida, quando me sento a meditar.
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