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Castelo Melhor

por Zilda Cardoso, em 15.01.11

 

 

 

Há alguns anos, estive no castelo de Castelo Melhor e fiz um desenho dos olivais vistos lá de cima. É um deslumbramento.  A sensação a partir do alto, do Castelo, é a de que ali está o mundo todo, a nossos pés, a paisagem, belíssima e delicada, observa-se num ângulo de 360º.

O meu desenho é minúsculo e feito a lápis preto sobre papel cinzento e grosso.

 

 

 

 

 

 

 

 

"Aquelas montanhas avistadas do castelo de Castelo Melhor, de cores suaves e tons claros, semeadas de árvores simulando os pontos de Seurat mas dispersos com regularidade por cada um dos espaços limitados por linhas horizontais, oblíquas ou verticais não formam coisa nenhuma que não seja uma realidade de coisas sólidas e eternas como as obras cássicas dos museus."

 

 

(Castelo Melhor é uma aldeia do Alto Douro, perto da Barca d'Alva onde terminava a linha do combóio do Douro. Falo de Castelo Melhor no meu livro Cerejas de Celulóide de onde é natural o meu avô paterno e que é ainda um lugar quase medieval. Foi pena a modernização - podia ter ficado como memória desse tempo).

É uma zona classificada com dois patrimónios mundiais pela Unesco - o Douro Vinhateiro e as Gravuras do Coa e é uma zona de beleza ímpar.

A aldeia tinha sido protegida pelo Castelo e pelas muralhas circundantes. No século XIII, recebeu foral de Afonso IX, confirmado por D. Dinis e por D. Fernando sempre com algumas obras de reconstrução do castelo e da muralha. Tudo em ruinas, actualmente, e desde há muitos anos.

Há nas proximidades, núcleos importantes de gravuras rupestres; representam, cavalos e bois, e terão sido gravadas nas rochas xistosas do vale - há um grupo em Penascosa, Castelo Melhor - no período paleolítico).

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publicado às 19:43


9 comentários

De monica baldaque a 20.01.2011 às 20:59

Zilda,

Tem mesmo a noção da beleza dos desenhos que fez?

Pois são mesmo bons! Inspirados, sensíveis, e pousou o carvão com a exacta leveza no papel!
Sabe que é muito bom desenhar com carvão. O carvão é um material que se molda, como um barro. Podemos carregar, até o partir. Podemos desenhar tão levemente, que mal se vê. Podemos fazer linhas tão finas, ou tão grossas! Manchas, contornos, sombras, luz...
Deve tornar esse exercício num hábito!

Um beijo,
Mónica

De Zilda Cardoso a 21.01.2011 às 09:23

Vindo de si, o seu comentário tem imenso valor. Quem me dera ganhar o hábito de desenhar a carvão ou a lápis, pois é o que mais gosto de fazer. Sem cor. Como o mar hoje - parece uma cabeleira grisalha. Está tão diferente! Talvez hoje seja o primeiro dia de uma grande série de dias diferentes e bons. Ele está sem grandes ondas, só à superfécie tem aqueles pequenos cabelos grisalhos, muitos, sobrepostos a brilhar como os do Clooney. E com esta lembrança fiquei bem disposta, apesar do ruído invulgar nas minhas janelas a nascente/sul.
Obrigada, Mónica, apreciei muito.

De monica baldaque a 21.01.2011 às 19:14

Hoje, sábado, passei de manhã à beira mar e vi as águas de um verde-negro absolutamente estranho! Sim, e havia os tais fios brancos a percorre-lo, como linhas, onde se pode escrever um poema! Porque não vai lá escrever? Pode faze-lo da sua janela! Já viu a sorte que tem?

De Zilda Cardoso a 21.01.2011 às 20:21

Mónica, já viu que me proponho mudar de vida? E abandonar todos os papéis que representei até hoje? Dou-me conta de que era mesmo isso que queria fazer...
Quem me dera ter coragem e ir por aí fora... E depois acontece o que não está previsto...

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