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Há alguns anos, estive no castelo de Castelo Melhor e fiz um desenho dos olivais vistos lá de cima. É um deslumbramento. A sensação a partir do alto, do Castelo, é a de que ali está o mundo todo, a nossos pés, a paisagem, belíssima e delicada, observa-se num ângulo de 360º.
O meu desenho é minúsculo e feito a lápis preto sobre papel cinzento e grosso.
"Aquelas montanhas avistadas do castelo de Castelo Melhor, de cores suaves e tons claros, semeadas de árvores simulando os pontos de Seurat mas dispersos com regularidade por cada um dos espaços limitados por linhas horizontais, oblíquas ou verticais não formam coisa nenhuma que não seja uma realidade de coisas sólidas e eternas como as obras cássicas dos museus."
(Castelo Melhor é uma aldeia do Alto Douro, perto da Barca d'Alva onde terminava a linha do combóio do Douro. Falo de Castelo Melhor no meu livro Cerejas de Celulóide de onde é natural o meu avô paterno e que é ainda um lugar quase medieval. Foi pena a modernização - podia ter ficado como memória desse tempo).
É uma zona classificada com dois patrimónios mundiais pela Unesco - o Douro Vinhateiro e as Gravuras do Coa e é uma zona de beleza ímpar.
A aldeia tinha sido protegida pelo Castelo e pelas muralhas circundantes. No século XIII, recebeu foral de Afonso IX, confirmado por D. Dinis e por D. Fernando sempre com algumas obras de reconstrução do castelo e da muralha. Tudo em ruinas, actualmente, e desde há muitos anos.
Há nas proximidades, núcleos importantes de gravuras rupestres; representam, cavalos e bois, e terão sido gravadas nas rochas xistosas do vale - há um grupo em Penascosa, Castelo Melhor - no período paleolítico).
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