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Concordo com Miguel Esteves Cardoso, como quase sempre.
Refiro-me ao seu artigo no Público, hoje.
Também me indigno: por que razão nunca fazemos nada certo por muito que nos esforcemos? Nada sobre seja o que for. E claro, tal como ele diz, vivemos cheios de culpas e de dores. Até nos esquecemos de viver.
Também não creio que faça grande diferença para ninguém, vivermos mais um ano ou não vivermos. Sobretudo se soubermos que será assim, mais ou menos, como calculamos que é, e estivermos preparados, com os assuntos importantes resolvidos, etc. etc.
E podemos morrer num acidente qualquer, e sabemos que há muitas probabilidades de que isso aconteça.
Então qual a importância de acrescentar um ano sem "mozarella, basílico e presunto de Parma"? E tantas outras coisas excelentes e picantes? Sem passearmos na Avenida a olhar um mar louco como o de hoje, com um vento que nos arrasta e nos leva por aí fora para lugar desconhecido? Sem viajar de avião com perigo e sem subir a costas de cadeiras que forçosamente vão tombar e fazer-nos cair com elas?
Que importância tem…?
Resumindo, vivemos amargurados durante anos tentando fazer o melhor, que nunca é, para termos mais um ano de vida da tal e depois num acidente desaparecemos de todo, de um momento para o outro, com ou sem mozarella, com ou sem vento desesperado, com ou sem as massacrantes e detestáveis fisioterapias e os milhares de comprimidos de todas as cores que não nos lembramos se tomámos ou não nas quantidades especificadas?
É sempre possível ver as coisas de vários ângulos. Todas as coisas.
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