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Há no tempo presente uma inquietação em todos nós.
Inquietação quanto ao futuro. Indefinida talvez mas real. E pode ter surgido com o anúncio da crise económica que é cada vez mais real e definida e traz outros desassossegos e inseguranças. Surgiu ela, a económica, de golpes financeiros, de excesso de ambição, de crimes nesse campo que se processavam surdamente de longo tempo e que, de súbito revelados, nos deixaram perplexos quanto à sua realidade e extensão. Vinham de há muito num processo encadeado e aparentemente imparável.
E isto leva-me à turbulência em França, às novas regras na Alemanha quanto a estrangeiros a viver no País, a um bom presidente em apuros na América, à inviabilidade do Orçamento em Portugal, a problemas políticos e a condições económicas precárias em todo o mundo, mais nuns países que noutros.
Isto leva-me também à emigração, ao multiculturalismo, à aceitação e reconhecimento ou não do outro. Até que ponto podemos aceitar o outro tal como é se não houver de ambas as partes vontade de colaborar para um entendimento?
Há muitos factores contra e muitos factores a favor do multiculturalismo que é a existência de várias culturas no mesmo espaço sem que alguma predomine. Seria uma situação ideal se os conflitos não surgissem, digo eu.
Penso na emigração que em certos momentos e para algumas pessoas surge como inevitável por condições económicas precárias no país de origem e por políticas desfavoráveis e perseguições devidas às diferenças de raça ou de religião e por guerras.
O que acontece em França pode ilustrar a inquietação indefinida de que falo. O que acontece na Alemanha é mais concreto e possível de compreender e tentar resolver.
Se alguém decide sair do seu país e ir viver para outro é porque alguma coisa importante e insuperável lhe falta onde está. Ele irá à procura do que lhe falta, não estará nas melhores condições para exigir. No entanto, espera ser bem tratado, como pessoa humana e digna, porque vem, se vem, com desejo de trabalhar e de se integrar.
Insuperáveis impedimentos para a integração surgem por intolerância de um lado e do outro e, em geral, têm ligação com religião, com racismo e com valores fundamentais. Isto é fácil de constatar se estudarmos a História.
No entanto, é sabido que ideias inovadoras vêm da diversidade, que é portanto vantajosa e mesmo essencial.
E há o caso de estrangeiros que vieram para estudar ou para ensinar e voltarão ou não ao seu país de origem, os que são chamados e lhes é proposto um trabalho interessante, os que vêm porque casaram com naturais do País e os que escolheram viver no País por razões e condições favoráveis de clima e outras.
Não são refugiados, nem emigrantes, são apenas estrangeiros, são outros/diferentes que não causam problemas porque não são forçados a integrar-se. Escolheram e desejam integrar-se.
O que se passa com as novas leis de emigração na Alemanha, onde há quinze milhões de emigrantes, é compreensível. O que lhes é exigido faz sentido: que aprendam a língua, que aceitem as regras.
Eu diria – façam por se integrarem!
Aprender a língua é facilitar a comunicação e logo o entendimento. E é possível que tenham que recalcar velhas heranças, mas esse é o preço. Não é tudo excelente. Aceitar as regras é o mínimo que se pode exigir, foi pela razão das regras em vigor que o País foi desejado.
E da parte da Alemanha, é necessário que tenham presente memórias recentes de nacionalismo e de nazismo. Ninguém vai esquecer onde é que isso levou.
Quanto a mim, que estudei recentemente a História da Hungria e estou a estudar a História do Nazismo na Alemanha, tenho todo esse horror bem presente e gostaria que o recordassem comigo.
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