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A Elvira Leite ofereceu-me um livro(?) que me deixou em estado de choque. O título original em francês é A l'infini e a autora que escreve nessa língua é Kveta Pakovska. É uma tradução para espanhol e edição da Faktoria de Libros.
Estas são as informações concretas que eu colhi simplesmente olhando o volume quase quadrado de aspecto muito atraente e brilhante, preto e branco com o título a vermelho.
Tudo o mais é mistério.
Contudo, abro e na contra-capa e na primeira página completamente vermelhas encontro as mesmas informações. A página seguinte, não sei explicar, parece uma folha de borrão com riscas horizontais e verticais, letras e números a vermelho, alguns poucos a preto de lápis e muitas manchas e borrões de tinta vermelha, azul e roxa. Na seguinte, leio algumas indicações que posso entender. Diz assim: "Pronuncia a letra A em voz alta até que choque com as paredes que existem à tua volta".
As letras: arquitectura do prazer aparecem como sub-título a preto grosso.
Há duas letras enormes recortadas na espessa folha branca vazada.
"Podes considerar este livro de diferentes formas: como um livro clássico, folheando as suas páginas, como uma escultura de papel por onde vais passear...
"Podes observar cada letra, tocá-la. lê-la em voz alta... Cada uma tem o seu próprio som, a sua própria forma e a sua própria cor. Notarás as diferenças entre elas quando escutares o som da tua voz ao pronunciá-las".
"Esta é a minha cidade de papel, desfruta-a!"
Depois cada página é um espectáculo de sons e de luzes, de cores e de formas.
Simula um livro infantil com o qual o meu neto ficou fascinado. Tem gatos de bigodes e nariz grosso e galos de crista branca e bico aquilíneo, elefantes de lábios grossos e homens e mulheres esticados e sem braços, cada metade numa página com a sua perna e o seu sapato preto de alto tacão, luas e casas que se desdobram sem perder a cor, formas geométricas, letras e números de cores vivas e folhas prateadas.
Há duas páginas que me interessam muito: uma tem um Z gigante, a branco, simplesmente decorado com traços vermelhos e a página seguinte é só de zzz vermelhos sozinhos ou sobrepostos, muitos, de diversos tamanhos e espessuras.
E depois há as vogais, mas a minha análise desta cidade fantástica vai continuar daqui a alguns dias quando estiver menos chocada e mais apta a falar sobre ela, não digo a compreender.
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