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Auto-conhecimento

por Zilda Cardoso, em 22.06.10

 

 

 

Na 6ªfeira passada, Sandra Ribeiro falou no Clube Literário do Porto da importância do auto-conhecimento.

“Vermo-nos todos os dias ao espelho não é o suficiente para nos conhecermos. É preciso algo mais. É preciso irmos ao fundo de nós mesmos e percebermos  donde viemos e para onde vamos. Ninguém nos diz isto, sobre a importância de olharmos de dentro”.

Não duvido da importância de nos olharmos e de nos entendermos, em primeiro lugar, mas seria importante saber como isso se faz. Como aprenderemos sobre nós, já que ninguém nos ensinou? De que modo concreto podemos aprender a ir ao fundo de nós mesmos?  

Sandra Ribeiro, licenciada em Estudos Europeus, jornalista, pretende dar novo rumo à sua carreira – tem um projecto de “promoção de desenvolvimento de pessoas e organizações rumo a uma vida mais integrada e plena”.

Não era o que esperava, por isso saí de lá desiludida.  

E sobrou-me tempo para entrar na igreja que é uma beleza, a dois passos, e que me parece ser raro estar aberta. Contemplei por momentos em silêncio os altares barrocos de grande riqueza estética e saí, sem penetrar no espírito do lugar, para notar diferenças nessa parte tão antiga da cidade.

 

 

 

 

Recordei, logo a seguir à Igreja, um velho restaurante a que achava muita graça, porque tinha uma ramada sobre um espaço aberto que servia de esplanada com mesas e cadeiras num tempo em que não havia esplanadas no Porto. Desde há anos, cada vez que passava perto, ia ver se ainda não tinha sido destruída a latada.

 

 

 

Pois bem, lá estava a ramada muito bem tratada com as uvas duma bela cor verde penduradas ao acaso, dando frescura e protegendo de desagrados. E o pequeno restaurante todo pintado de branco, muito simplesmente decorado e bonito, de forma adequada ao lugar, onde tomei um chá e comi uma torrada amavelmente atendida pelas empregadas, bem vestidas e atentas, sabedoras do seu ofício.

 

 

 

Havia o “design” contemporâneo na Alfândega, também na zona, e decidi ir espreitar. Dei uma pequena volta, já falei sobre isso, e observei os belíssimos carros no terreiro fora de portas, expostos a quem passava e comentava com cobiça e ciúme. Mas eu apenas vi a beleza deles.

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publicado às 07:57


8 comentários

De Sofia Freudenthal a 22.06.2010 às 22:26

Pois acredito que tenha saído desiludida, pois para olharmos para dentro, para mim, não há curso que consiga fazer-nos de facto, olharmos para dentro.
Dá trabalho olhar para dentro. É difícil, penoso muitas vezes. E normalmente as pessoas optam pelo caminho mais fácil: o de só olhar para fora, para o outro....
Também ainda não sei explicar se se aprende, se se nasce com essa capacidade de insight, mas a verdade é que para mi, essa é a maior forma de inteligência emocional que um ser humano pode ter, mas que infelizmente a grande parte, não tem.
Sinto falta de ter quem olhe também para dentro, que se interrogue, que duvide, que ponha em causa....

De Augusto Küttner de Magalhães a 23.06.2010 às 12:03

De facto para "uma vida mais integrada e plena" de modo algum´está implicito "olhar para dentro", me parece antes o oposto, "olhar o mais para fora possivel" para ficar o mais integrado conseguivel.

Logo, não sabendo como se olha bem para dentro estou totalmente de acordo que "por ali" não é!
Dado que o dentro é nosso e o resto é fora!!!!!(integração plena e possivel)

Mas estas abordagens fazem-nos pensar e saber que por aí: não é!

Falta o resto, agora!

De Marcolino a 23.06.2010 às 20:43

OLá, Zilda!
Com absoluta isenção, mergulhar-se no consciente, no su-consciente, e no inconsciente, em buscas das nossas verdades escondidas, é obra ciclópica mas nunca impossivel...
Abraço
Marcolino

De Isabel Maia Jácome da Costa a 23.06.2010 às 21:52

...difícil conhecermo-nos. Um trabalho que dura toda a vida e fica sempre inacabado... mas que vale a pena!
Beijinho
Isabel

De João Nuno a 25.06.2010 às 02:56

Querida Zilda,
ando de rastos com este final de ano lectivo e mergulhado em milhentas folhas que nunca mais acabam. Daí a ausência. Tenho sido um leitor silencioso.
Sugiro que pesquise um pouco sobre o eneagrama. Uma forma de auto-conhecimento. Já fiz esse curso de formação e adorei. No Brasil está muito explorado. Acho que vai gostar. Fica a sugestao!

"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais".
(José Saramago)

Obrigado pela vida que se partilha fazer a diferença...nos dias.
João Nuno
http://joaonunomb.spaceblog.com.br

De Sara a 25.06.2010 às 09:38

Cara Zilda,

há um ano atrás o Mundo referiu-se a Ele... será que ainda alguém o recorda um ano depois?

Em Munique sim... http://sara-boulevardofbrokendreams.blogspot.com/2010/06/michael-jackson-um-ano-depois.html

Espero o seu comentário (que sempre gosto de ler!!) e aproveito para "convidar" quem mais queira a dar a sua opiniao também!

Cumprimentos, Sara

De Isabel Maia Jácome da Costa a 30.06.2010 às 17:25

Querida Zilda
...um dia perguntou-me se tinha um blog. Outro, abriu-me a porta e sugeriu que falasse mais de mim.
Falar de nós, é por vezes difícil... e não tinha blog até ontem.
Quando passam vários dias sem a encontrar aqui, sinto a sua falta, respeitando as suas necessidades de silêncio. Desvantagens dos blogs? Não se pode e provavelmente não se deve escrever sempre. Com todos os sentidos que esta frase possa conter.
Deixo-lhe o meu "endereço", novinho em folha:
http://inescrever.wordpress.com
Não lho enviei ontem porque estava ausente do blog e confesso que receei parecer desrespeitoso. Mas hoje não resisti. Não é desrespeito mesmo e a Zilda sabe fazer essas distinções.
Conto com a sua presença e ajuda, ajuda que aliás que já vem detrás. Ajuda nesse auto-conhecimento, nesta caminhada de cada um... e de nós todos. Ajuda nesta nova aventura. Um blog. Aquele a que fui resistindo tanto tempo.
Obrigada pelo que nos leva a reflectir
Espero que esteja bem de saúde.
Sempre,
Isabel Maia Jácome

De Ana Filipa Oliveira a 21.07.2010 às 11:33

Querida Zilda,
Já tinha saudades de passar na sua casa virtual alguns minutos, deliciar-me com a prosa e as imagens (que a prosa nos oferece e as que a Zilda nos doa com a partilha de fotos). Gosto muito do seu jeito de colocar as "coisas"!
Tenho andado meio desligada da cibervida ", um pouco em piloto automático. Mas sei que mesmo assim, tenho a sua companhia, nem que seja de vez em quando.
Por tudo isto, obrigada.

"Como se faz isso de nos auto-conhecer ?", é uma bela pergunta. Para cada um, deverá existir uma resposta.

Até ao regresso ou ao próximo encontro neste espaço virtual da internet!

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