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Visitei a exposição de design e arquitectura de interiores no espaço muito apropriado da Alfândega do Porto. Termina hoje e mostra as tendências e as propostas das marcas internacionais.
Sempre me interessei por design contemporâneo para mobiliário, iluminação e tecidos e durante mais de dez anos dirigi a Galeria Vantag onde expunha e vendia essas peças desenhadas pelos profissionais mais reputados e criativos.
Passaram alguns anos e o que vi ontem tem muito pouca semelhança com o que mostrava na Galeria. Por isso, o primeiro momento, foi para mim um deslumbramento.
É dado espaço às peças para que brilhem, as peças são de si brilhantes. Quase não vi madeira, aquele material tradicional que a Vantag fazia questão de privilegiar. Tudo é de materiais plásticos muito sofisticados de fabricação industrial. Alguns feitos em Portugal, indistinguíveis dos outros, não se pode falar de design português.
Confesso que o que preferi foi o equipamento de cozinhas que é realmente um esplendor de bom gosto e de superação para o prazer… enquanto não é utilizado.
Recordei então a batalha que foi expor na Alfândega o mobiliário imaginado e executado em Portugal com materiais o mais próximos possível da natureza, aqui produzidos, e que procurava impor aos portugueses um novo estilo de vida. Impor é excessivo, naturalmente, sugerir é mais adequado. Mostrar essa possibilidade em termos concretos foi o que sempre pretendemos. Integrado numa feira de decoração e antiguidades e num cenário pensado pelo arquitecto Lourenço Rocchi, divulgámos o que fazíamos num espaço razoavelmente improvisado e que estava longe de ser o que agora temos ali - melhor e preparado para qualquer acontecimento.
Há uma sala logo à entrada do edifício do lado esquerdo. Nesse tempo, propus à Câmara fazer uma exposição grande das peças que vendíamos.
A Câmara cederia o espaço, mas a Vantag tinha de o remodelar inteiramente – estava em bruto, havia muitos anos abandonado, e isso implicava uma grande despesa para a nossa mini-empresa, não para a Câmara. Abandonámos a ideia. Mais tarde, vimos com gosto a grande sala branca simplesmente arranjada e devidamente utilizada.
Em muitos aspectos, em quase todos a este respeito, a Vantag foi pioneira e desejosa de servir.
A Daniela Palhares, amiga e colaboradora desse tempo primordial e que continua neste sector, estava lá (elegantíssima) com uma das suas marcas, a Zanotta, e foi a única ligação que encontrei com a velha Galeria em que ambas trabalhámos e nos empenhámos com o apoio de outras amigas a quem agradeço ainda e mais uma vez a dedicação que sempre puseram naquilo que fazíamos em conjunto.
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