AMOR DA VIDA

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AMOR DA VIDA

por Zilda Cardoso, em 17.06.10

Por que amamos a vida?

Nestes dias de silêncio, penso...

Já vi tudo o que aprecio ver e senti o que prezo sentir. Estive em sítios semelhantes tão diferentes. Saboreei falar com pessoas de quem gosto, ouvi música maravilhosa, vi as catedrais góticas, li os grandes poemas e as excelentes histórias que a fantasia concebeu em qualquer tempo, conheço as lendas e os bons filmes sem grandes assuntos e as melhores imagens feitas acerca do que for, em qualquer técnica. Usufruí das mais belas paisagens, o mar e as rochas, as montanhas e as árvores, a totalidade dos céus - sem nuvens, com nuvens brancas ou doutra cor, com e sem estrelas, os rios brilhantes de luz e de peixes prateados. Vi todo o amor do mundo nos olhos de cada criança que abracei.

Dei-me conta dos mistérios, dos sentidos que não descubro, de tudo o que não posso compreender.

...mas a interrogação ficou: por que gosto da vida?

(esta foto é de Manel Bruschy).

(e esta é de Zé Miguel Vieira).

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sinto-me:

não sei

música:

inventei-a, não sei escrevê-la

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publicado às 20:16

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9 comentários

De Marcolino a 18.06.2010 às 05:05

Olá, Zilda!
Descreveu tão bem, os encantos do sublime, de quem se amou, onde tudo foi como descreveu!
Abraço
Marcolino

De Zilda Cardoso a 18.06.2010 às 08:23

As suas palavras são sempre um sorriso para mim. Muito obrigada.

De Manuel a 18.06.2010 às 10:43

Olá Zilda,

A vida não se deve medir pelo número de vezes que inspiramos, mas mais pelos momentos que nos cortam a respiração.

No fundo é como o mar que só é lindo se houver terra. A vida é um pouco como o mar. Há um rumo a seguir mesmo que velejemos mais do que um dia….a promessa de uma nova terra é o nosso guia, porque sabemos que o mar é um vasto mundo que só é belo se houver a costa.

Manel

De Zilda Cardoso a 18.06.2010 às 12:50

Qual é o rumo a seguir? Promessa como guia para uma nova terra...? Quem prometeu a quem? Ou se quiser, quem prometeu e virou costas? (tantas heresias!)
Só há belo se houver feio? Só há feio se houver belo? Valores relativos é o que quer dizer e é fácil acreditar porque é o que temos. Será ou terá a Promessa-Guia um valor absoluto? Se sim, então é aquilo a que nunca acederemos, não é verdade, nunca chegaremos à terra prometida. E se julgássemos ter chegado, faríamos como os judeus e os outros, envolver-nos-íamos em guerras sem fim.
Mas que sei eu de seja o que for? Algum ser humano, mesmo de inteligência superior, pode saber alguma coisa de absoluto? Por que será que não nos limitamos a ir um pouco além, devagar, um passo de cada vez, complexificando a n/inteligência que se auto-organiza segundo os dados, em vez de querer compreender o princípio e o fim, de onde viemos para onde vamos quem somos como surgimos aqui...?
Um mistério deste tamanho não é para nós. Vamos apenas tentar conhecer melhor com grandes telescópios ou coisa que os valha o maravilhoso Universo em que nos encontrámos. Talvez isso nos dê alguma ilusão. Desilusão não pode dar.

De Manuel a 18.06.2010 às 15:42

Olá Zilda de novo,

As minhas palavras não tinham nenhum contexto de fé ou de princípios religiosos.
Quando se está no mar muito tempo deseja-se a terra, pôr os pés em terra firme, por isso atingir a costa foi mister de tantos navegadores, descobridores, náufragos...

A nossa vida e tanto quanto a conhecemos enquanto somos vivos, pode ter mais tranquilidade, mais consciência deste amplexo de solidariedade quando chegamos a terra, ou seja, quando temos algumas certezas objectivas de como queremos que seja o nosso rumo.

E esse rumo só pode ser ditado por nós, contra ventos e marés. è este para mim o conceito de liberdade pessoal que me conduz à felicidade, conceito que é subjectivo.

O que nos espera para além da morte, quando ela chegar logo se verá!

Manel

De Zilda Cardoso a 18.06.2010 às 21:05

Querido amigo

Um abraço para si

De Augusto Küttner de Magalhães a 18.06.2010 às 13:23

Gostei uma mais uma vez de a ler, e de facto devemos todos, cada um à sua maneira, bem conseguir amar a vida.

Por vezes uns entulhos, perturbam-nos, e perturbam o amor qie queremos ter pela vida, mas de facto é necessário conseguir tê-lo(amor à vida, pela vida).