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Não me importo se os portugueses ganham ou não medalhas de ouro. Não me interessa saber se os chineses têm mais do que os Estados Unidos ou se a União Europeia obteve menos medalhas que a China. Para mim, são questões ociosas.
Jogar, jouer, play é tudo brincar. E brincar é brincar, não é tragédia nem drama sequer, não é choro nem birra, renúncia emocional, desilusão definitiva. Não é sentir-se rejeitado nem marcado por um destino fatal, coisas assim.
Jogar é jogar e é brincar: apenas se compreende com muitos sorrisos e boa disposição.
Por isso, apreciei imenso as jovens chinesas no atletismo, sobretudo na ginástica e na dança. As chinesas e as outras. Gostei de ver até que ponto de perfeição pudemos chegar.
Gostei de ver os nadadores com guelras e sorridentes, tubarões ou apenas grandes peixes nos seus ondulados e elegantíssimos movimentos na água.
Apreciei a atleta russa no salto à vara: os preliminares, a beleza do seu olhar não medusado, o corpo a subir, a subir direito, cada vez mais alto apenas com o impulso da vara e o grande impulso da sua vontade.
A vela, a canoagem, o remo... vi que são desportos muito agradáveis para ver e para praticar.
Não gostei nem gosto da maratona (que me perdoem os gregos!) - considero-a uma prova excessivamente excessiva.
Acho fascinante a corrida dos cem metros, prova muito difícil para os que ambicionam obter um primeiro lugar, mas tão rica de características a cultivar por todos!
Finalmente, adorei assistir ao triplo salto de Nelson Évora, apreciei a atitude do atleta, extraordinária de simplicidade, de inteligência e de saber fazer: o seu corpo voou literalmente como há muitos anos tinha visto Nureyev numa sua dança: o bailarino parava no ar por instantes, não tão poucos, Évora voa com todo o rigor, entre os toques no chão.
Nunca tinha visto nada tão bonito como esse voo do seu corpo de pássaro, cheio de souplesse, de segurança de si e de alegria.
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