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As sextas do meu desvanecimento

por Zilda Cardoso, em 12.02.10

 

 

 

 

Nunca procuro as sextas-feiras – elas vêm ter comigo sem mais e com uma frequência inadmissível.
Hoje aconteceu, ainda uma vez. E cá estamos as duas, a sexta-feira e eu, em mais um encontro.
Aguardo algo bom em cada sexta-feira da minha vida, Friday, por assim dizer. Confio em que esteja sol, por exemplo, por mais que os meteorologistas digam que choverá. Que o mar esteja tranquilo, com um barquinho de pesca que espero não pesque. Mas que fica bonito deslizando sem pressas naquela quietação para o lado do porto, e resvalando daí a pouco para cá.
Assim, vejo hoje o dia da minha varanda. Esta sexta. Corre um vento gelado e não se pode estar.
Fixo imagens na máquina e regresso ao conforto. E em sonolência doce… sonho.
Sonho com estrelas em véus transparentes de luar. A luz subtil ilumina também as árvores redondas, os muros altos, as malvas perfumadas das varandas abertas. E todas as coisas flutuam sem cor e sem ruído, e dançam sorridentes.
Abro os olhos: o sol continua resplandecente, bem vejo. O vento passou e deixou um tempo admiravelmente quente. Regresso à varanda. Encontro por ali, livres, as palavras que desejo. Colho-as. Sirvo-me delas.
Aí estão. Falam de claridades, de movimentos, de rumores, de azuis, de presenças, de cheiros, de calor. Quero que falem de música.

 

 

 

 

 

 

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publicado às 17:55


11 comentários

De Vitor Raimundo Martins a 12.02.2010 às 20:52

Olá Zilda,

Amanhã a Lígia parte para mais uma viagem profissional e hoje a minha Mãe perguntou-me se a íamos levar ao aeroporto. Eu respondi-lhe que não, porque, como ela já o sabe, as miúdas fartam-se de chorar e agarram-se à Mãe com medo que o avião venha a cair…

Depois de o dizer, olhei para ela e reparei que isso aconteceu antes do Alexandre nascer, ou seja, o argumento era completamente descabido! Desde que isso aconteceu, já muita coisa se passou, as miúdas agora têm 17 e 14 anos respectivamente e o Alex, 6.

Isto, para dizer que é verdade que as sextas têm passado depressa demais e teimam em continuar a passar! Eu como a Zilda sinto-me feliz por estar a escrever estas palavras, porque é sinal que estamos aqui, mas não posso deixar de sentir nas suas palavras uma nostalgia triste, com a qual me identifico e que as suas fotos espelham divinalmente bem!

É impressionante como o tempo passa depressa e não para de passar. Eu também preciso desse sol que este ano tem andado fugidio, mas quando nos acerta, não deixa de nos deslumbrar!

Abraços,

vrm

De Zilda Cardoso a 13.02.2010 às 08:56

Olá, como está Vitor R.? Aprecio sempre as suas palavras. Não é como eu disse quanto às sextas-feiras? É, não é? Tenho saudades do tempo em que não era assim e tinha tempo de realizar coisas.
Vamos gozando o sol quando o há. Quando não há... esperamos pela sua vinda. Por isso, é sempre bom... viver.

De Vitor Raimundo Martins a 13.02.2010 às 10:31

Pois... e hoje, está um dia lindo! Já estive no quintal a olhar para a relva, a vê-la fumegar e a fazer umas cócegas nas nucas da Mariana, da Kica e do Belchior.

Ontem chegou-nos um mail do Hospital Pediátrico a dar-nos a espectacular notícia que o Alex já não precisa de tomar mais corticoides. Tomou-os ininterruptamente desde o TRH e ... 5 anos e meio depois, finalmente, foram postos de lado! É espectacular e como este sol, aquece-nos a alma!

De Zilda Cardoso a 13.02.2010 às 10:55

É um avanço espectacular. Fico muito contente com isso.

De Reflexos a 12.02.2010 às 21:15

Olá Zilda,

Eutambém nunca fui de procurar o dia seguinte. ' Pensamos que vai ser bom, mas os imprevistos existem', pensei sempre assim, mas ultimamente as minahs semanas têm sido tão duras que à segunda às 9h00 já suspiro pela sexta-feira.

TGiF ( Thanks God is Friday)

Um beijinho grande... e um bom fds

Cris

De Zilda Cardoso a 13.02.2010 às 09:20

Fui ver o s/blogue que já não visitava há muito tempo. Muito, muito interessante. Vou passar a visitar em todos os dias de sol. Daqui em diante, vão ser muitos.
Muito obrigada e... não trabalhe tanto. Talvez não seja preciso.

De ©Marcolino Duarte Osorio a 14.02.2010 às 07:28

Olá, Zilda!
Adorei este seu texto ilustrado com duas belissimas imagens da Foz do Douro!
Bom fim-de-semana
Marcolino

De Zilda Cardoso a 15.02.2010 às 08:06

Marcolino, bom dia

Tentei comentar a s/foto da árvore c/musgo, mas não me foi permitido. Eu queria dizer que, um dia destes, vou fazer uma "bela" aguarela dessa sua foto. Está muito muito a meu gosto. É uma dádiva (tenho a certeza que não se importa).

De ©Marcolino Duarte Osorio a 15.02.2010 às 11:22

Bom dia Zilda!
Pode reproduzir à sua vontade este minha fotografia!
Para comentar as minhas fotos pode escolher «anónimo» desde que assine como usualmente o faz.
Desejo-lhe uma boa semana, com muito menos frio, pois por aqui está de gelar...
Abraço
Marcolino

De Zilda Cardoso a 15.02.2010 às 11:50

Tenho estado na Quinta do Casal em Ponte de Lima que já tem um clima quase continental. Tem estado muito frio e mantenho a lareira aceso o dia todo. Mas como acabei com a lenha seca (não era muita), vou ter que sofrer um bocado. De resto hoje está menos frio, os campos não estavam brancos de geada de manhã e há uma sugestão de sol. Ele brilha por entre nuvens, o que dá umas bonitas fotografias do Marcolino. Não está vento, mas ainda não dá vontade de andar lá fora, que é o que melhor se faz aqui. Entretanto, vou continuar a corrigir uma árvore genealógica que me pediram e eu tive que inventar uma certa paciência para fazer aquilo de que gosto.
Abraço.

De ©Marcolino Duarte Osorio a 15.02.2010 às 23:43

Olá, Zilda!
No aconchego deste meu apartamento resolvi dar um saltinho internético até Ponte de Lima, e revisitar a Quinta do Casal.
De fotografia em fotografia, sem sentir frio algum, passeei-me tranquilo, saboreado este pequeno e divinal lugar, um autentico paraiso!
É bom estar sentado junto à lareira, sentir o seu calor aconchegante, escutar as músicas do seu crepitar até que perguiça nos invada, deixando-nos amodorrados, de pensamentos vagueando, no nosso mundo de divagações.
O seu trabalho sobre essa árvore genealógica é interessante e abriu-me o apetite para escrever um dos meus poemas. Obrigado elo mote!
Abraço
Marcolino

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