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O sonho verde dos portuenses

por Zilda Cardoso, em 15.08.08

O Parque da Cidade corresponde muito bem ao sonho dos portuenses terem uma grande zona verde a substituir as pequenas zonas verdes, jardins e quintas, que foram sendo perdidas a favor da construção urbana.

A ligação ao mar tem todo o sentido numa cidade que é porto - ancoradouro, local de partida e de chegada de barcos e de gente, princípio e fim de viagem que em tempos idos se fazia quase exclusivamente por mar.

Esta zona costeira é privilegiada para a prática desportiva, para passeios e entretenimento, para lazer e meditação. Há rochas metamórficas com milhões de anos do Passeio Alegre até ao Castelo do Queijo; há monumentos antigos como a estátua equestre de D. João VI e modernos como a bicicleta monumental que simboliza e enaltece o esforço individual para conseguimento de objectivos preconcebidos. E há a anémona gigante de rede branca e vermelha, voltada para o mar e para o céu, homenagem ao pescador e à industria tradicional e marítima; e há o castelo...

Mas

Custou ver durante anos a anémona esfrangalhada por mau tempo e maus tratos (no presente recuperada com colorido forte e ainda mais bela).

Custa ver a mágica casa art-deco onde esteve o Colégio Luso-Internacional ser vandalizada até não restar pedra sobre pedra, que é o que vai acontecer. O edifício, que há poucos anos, se erguia em terra, no interior, passando a estrada marginal na frente da sua fachada principal,  pede agora socorro de joelhos na praia, passando a estrada por trás dele a uma boa distância e pelas traseiras. É uma casa encantada, deslocada, onde muita coisa interessante pode vir a acontecer, se quisermos.

Custa ver o lixo a correr pelo chão apesar de alguém sempre a apanhá-lo.

Custa ver os baldes  e as cadeiras de bom design de granito e as redes dos cestos de basquete e os candeeiros danificados.

Tudo isso e, no entanto, desde que o vento não sopre com fúria muita gente usufrui o espaço e os equipamentos e exibe um ar feliz.

Será necessário fazer sempre uma campanha de sensibilização das pessoas para a conveniência de utilizar sem destruir? E estimar não só porque é nosso mas especialmente porque é também dos outros? Para outros usarem? Para todos partilharem?

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publicado às 16:40


4 comentários

De Casual Friday a 15.08.2008 às 18:43

A bandeira azul na Praia do Homem do Leme foi retirada no final do mês de Julho por falta de qualidade da água. E, por se tratar já da 3ª análise periódica de resultado insuficiente, a praia ficou definitivamente impedida de voltar a hastear a bandeira azul este ano.

Foi sol de muito pouca dura – não durou nem 2 meses esta bandeira azul. E é pena.

Em qualquer outra parte do mundo, uma frente marítima como a da Foz do Douro seria um local privilegiado de esplanadas, bons restaurantes sobre o mar, e praias pequenas, mas limpas e agradáveis.

Ali, face á excepção excepcional do Shis, é ver o marasmo e a degradação que há anos grassa na zona do Molhe, com as esplanadas encerradas e abandonadas, e as praias invadidas de lixo trazido pela maré.
As recentes obras de arranjo empreendidas no passeio entre o Molhe e o Homem do Leme não chegam para dinamizar – no bom sentido – aquela àrea.
E a perda da bandeira azul é um passo atrás no caminho da civilização e do bom gosto.
(in http://enguiafresca.blogspot.com/2008/07/sem-leme.html)

Mas o mesmo se passa na zona do edificio transparente e do Castelo do Queijo: para quando uma praia sem lixo, limpa e com agua de boa qualidade naquela zona?
Estou convicta que essa melhoria permitiria atrair os portuenses e mudar a sua percepção sobre a frente maritima da Foz do Douro e valorizá-la ainda mais, e durante todo o ano.

De Reflexos a 15.08.2008 às 21:08

... e se bem me lembro HAVIA um aquário no passeio da Foz junto ao Homem do Leme...

De Jotacê a 19.08.2008 às 10:58

O título e o início do texto sugeriam uma análise do Parque da Cidade... mas os problemas apontados e os comentários seguintes acabaram por tocar em pontos ou em zonas marginais/circundantes ao mesmo. É obvio que tudo está relacionado; é quase como aqueles chutos na bola que depois descreve um arco... fica a dúvida de ser golo ou não (atingirmos ou não o objectivo com as nossas palavras).

A ausência de menção a tópicos dentro do parque poderá levar a pensar-se que está tudo bem... (?)
E se falar, por exemplo, no Pavilhão da Água estarei a fazer o mesmo erro de abordar questões "laterais"... (?)

Então, entremos finalmente no parque:

- o saldo é claramente positivo; o parque é bastante frequentado sem ser claustrofóbico

- é motivo de visita ao Porto por parte de pessoas de outras partes do país

- é zona obrigatória de desportistas

- nesta altura do ano temos turismo de emigrantes que antes ficavam nas suas terras e agora incluem também esta cidade, a praia e o parque nos seus circuitos no seu país

- é polo agragador de inúmeros eventos desportivos e até, goste-se ou não, do barulhento Circuito da Boavista

- criou uma dinâmica de imitações noutras cidades/vilas que sentem a necessidade de terem também o seu parque da cidade (mesmo que isso seja um anúncio de intenção, como o caso da Póvoa cuja população aguarda pacientemente há anos!)

- há certamente erros fora, nas bordas e também dentro do parque... mas este é uma realidade!

ESPERO QUE O VISITE EM BREVE! EU ESTAREI LÁ TAMBÉM! :)


De zilda cardoso a 19.08.2008 às 22:33

Caro Jotacê: muito obrigada pela sua análise cuidada.
Ela fica feita, conhece o Parque melhor que eu, e tenho a certeza que viu bem o que está bem e o que não está. Espero que este comentário tão benvindo sugira outros, outras opiniões; que possamos discutir todos o que realmente interessa à cidade e que as opiniões possam chegar onde sejam úteis, junto de quem pode e deve fazer alguma coisa concreta.

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