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Vivemos todos no mesmo planeta. Temos todos a mesma ascendência - a mesma árvore genealógica - não admira que sejamos tão parecidos uns com os outros. Todos cumprimos o mesmo ciclo de vida sem remissão – nascemos, crescemos, reproduzimo-nos (possivelmente) e morremos. E é isto a nossa vida.
Por que razão andamos permanentemente em lutas uns com os outros?
Será o conflito “uma dimensão constitutiva de toda a vida social”?
De vez em quando aparece alguém que diz: PÁREM! Não vêem que somos todos irmãos? E que vivemos todos na mesma aldeia?
E nós parámos por segundos e pensámos se esse terá razão.
Logo a seguir recomeçamos a nossa luta.
Porque, vemos que esse é um astuto trapaceiro, com interesses que não confessa e que o que ele disse alto e bom som que era azul é claramente vermelho. Sem sombra de dúvida: claramente vermelho.
A nossa é uma luta de todos contra todos. Como se fosse questão de sobrevivência e não tivéssemos área para os nossos objectozinhos. E para os nossos objectivozinhos. Como se o respirar dos outros poluísse o nosso ar e nos impedisse de respirar.
Aparentemente lutamos por espaço e queremos e precisamos de outros planetas para nos instalarmos à vontade. Este, velho, já não nos chega.
Às vezes penso que quem nos deu o ser e este espaço onde nos permite viver se esqueceu de alguns pormenores relevantes. Temos falhas. Porém, todos-por-igual têm essas lacunas. É a chamada natureza, a nossa natureza humana não homogénea, parecida com a natureza dos outros animais. Diferenciamo-nos deles pelo tamanho do nosso cérebro. Vimos sendo cada vez mais inteligentes e capazes de realizar e de inventar ideias… à medida do dilatar do nosso cérebro. Ele está já enorme e orgulhámo-nos disso com razão.
Todavia estou convencida de que apenas quando formos homo sapiens sapiens sapiens teremos alguma possibilidade de vivermos melhor em conjunto, porque então a nossa natureza será outra. Possivelmente menos belicosa. Mais compreensiva, mais cordata. Mais respeitosa, mais atenta ao que a rodeia e nos cerca. Mais responsável.
Lembrar-nos-emos com frequência dessa viagem de todos no mesmo barco frágil sobre um mar ora tempestuoso e escuro ora luzente de sol e tranquilo; e que devemos esforçar-nos em conjunto por chegar a bom porto, não sabemos bem onde ou... talvez saibamos.
Se formos inimigos entre nós e lutarmos com os companheiros, alguns irão à água antes do fim.
Será uma pena, já que provavelmente os que forem à água antes do tempo, pela violência dos outros, serão os melhores de nós.
Os que realizariam o que nós não soubemos realizar pois a sua massa cinzenta, desocupada de coisas proveitosas, teria encontrado invulgar espaço para se desenvolver.
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