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Missão dos Portugueses no mundo

por Zilda Cardoso, em 06.09.09

 

Há talvez dez anos, conversei com um casal extraordinariamente interessante que me pediu para escrever a entrevista que eu lhes faria e que seria publicada algures com determinado objectivo. Tanto quanto me recordo, nada chegou a ser divulgado. Acontece que encontrei o rascunho desse trabalho; retomo-o agora,  mesmo sem saber o que aconteceu ao propósito em que tão apaixonadamente se empenhavam.
Ele, Legrais, cidadão francês, ela, oriental, Yen Bay, tinham um projecto europeu de negócio com uma base muito concreta mas certamente difícil de realizar por pessoas tão sonhadoras e entusiastas por um programa que seria de re)conciliação, alguma coisa de que muito se falou na circunstância.
"Considerando que o mundo dos negócios se constrói fora de Portugal, sentindo os industriais portugueses o perigo de exclusão, tentam realizar alguma coisa eficaz. Algo que nivelará as diferenças entre o Norte e o Sul da Europa..."
Confesso que ignoro o que aconteceu aos industriais portugueses neste campo, não sei se existe o Triângulo Textil Europeu, mas o que ainda me fascina é a forma como Legrais falou da missão dos Portugueses no mundo: era sobre este tema que ele derramava a sua paixão.
‘Ao Apóstolo S. Tiago tinha sido confiada a Península Ibérica como lugar de pregação da mensagem cristã; depois da sua morte, o túmulo tornou-se objecto de veneração e a Galiza centro de peregrinação de crentes de todo o mundo. Mas a Mensagem permaneceu por demasiado tempo cristalizada em Compostela; era necessário espalhá-la de novo.
Foi essa missão que coube aos Portugueses que deviam, antes de mais, existir como povo independente. De facto, o mesmo sentido de humanismo social, o mesmo intercâmbio de culturas que se realizou durante séculos em Compostela orientou a Viagem dos Portugueses – a sua peregrinação pelo Mundo’.
Mais ou menos assim, Legrais falou da missão dos Portugueses e de Portugal como o novo povo escolhido por Deus, a quem ama acima de todos os outros e a quem confiou a missão de perpetuar o Verbo. Certamente em termos muito mais poéticos.
Haveria momentos na história de Portugal envoltos em mistério em que pode ter havido intenções e votos secretos, recomendações, indicações, vontades, altos desígnios: o momento da formação do reino e o das grandes descobertas dos séculos XV e XVI foram alguns citados. 

(Voltarei a falar deste projecto e da missão dos portugueses no mundo)

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publicado às 09:34


2 comentários

De Zilda Cardoso a 06.09.2009 às 17:33

Queria agradecer o poema que me foi oferecido por José Alberto de Oliveira no seu blogue. Não sei como fazê-lo e deste modo inadequado talvez nunca saiba como apreciei.
Há dias, julguei que finalmente tinha descoberto uma maneira de comunicar consigo.
Tenho lido com muito interesse os seus belos poemas e agradeço o que me dedica, a ventania do sonho. É um bom trabalho de perversão da nossa língua e o que eu gostaria de fazer quando escrevo prosa: criar um ambiente que permita compreender, através de palavras comuns, o que quero contar de invulgar. E não tenha sido contado ainda daquela forma. Mas a poesia é sempre um texto de poucas palavras que se aceita difícil e a necessitar de tempo de reflexão. A prosa pode ser longa mesmo sem ser retórica e para ser original há que escrever... de que maneira? Como se conta uma história... sem contá-la? Como um cenário vazio, reservado à imaginação de quem lê?
Cumprimentos.
Zilda Cardoso

De Joana Freudenthal a 09.09.2009 às 23:50

Olá Zilda,

Estou ansiosa por saber a continuação deste projecto. Conte...

Um abraço apertado.

Joana

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