Olá, Zilda!
Silenciosamente tenho lido oeste seu Blogue. Tenho relido "Com Livro de Instruções", demonstrativo pleno da criatividade, nessas idades, mas, desta vez, em Mostra ao Grande Público!
Quem, como eu, teve o sublime privilégio de ter tido filhas, e teve firme, e devota vontade, de arranjar tempo, fôsse como fôsse, para seguir a sua evolução, ensiná-las a fazer o seu 1º bolo, e a sua primeira sopinha, também assisti às suas iniciáticas manifestações artisticas, principalmente neste tipo de pintura em seixos, trabalhos de barro moldado e "cozido em casa" trabalhos em Macramé, brincos e colares, confecionados com Búzios e Conchas. Pequenos quadros a agurela e óleo, ensinado na escolinha, desenvolvido por elas, e incentivado por nós, pais, e alguns amigos mais chegados, não se admira de olhar esta Pequenina Artista de "Palmo-e-meio", com vontade de a conhecer pessoalmente, dar-lhe um beijinho e dizer-lhe: Força MUlher; vais muito longe!
Incentivava-as por dois motivos:
1º - Porque era em nossa casa que aprenderam a ter o seu "Laboratório". Podiam fazer aquilo que mais desejassem sem serem recriminadas pelas "borradas" que saíam naturalmente.
2º - Ensinamo-las que os seus trabalhos tinham valor económico; custo das tintas, linhas e a sua mão-de-obra. Aprenderam a dar-se valor pela sua "Arte Inata" mas também aproveitarem-se do produto final dessa mesma arte para vender, recuperar o capital investido e ... não só!
3º - Dando-se valor a si próprias, tranquilizavam-nos porque investimos, fortemente na "NÃO VADIAGEM". Bons frutos colheram elas! Fizeram o Liceu e a Faculdade sem perderam um único ano, nem recorrer às segundas chamadas ou mesmos segundas épocas, e com optimas médias finais. Se se divertiram? Tempo nunca lhes faltou! Uma delas, a mais afoita, aos fins-de-semana, aparecia-me na sala toda equipada com o fato e o capacete de Motard, e desafiava-me a levá-la em passeio. Quantos e uqantos, grandes passeios, demos ambos, na minha Yamaha Tunderkact 600c.c. São muitissimo boas filhas, porque me esforcei por ser um bom Pai, mas moderno, sem apegos ao passado, nem um "bota-de-elástico"!
Olhe, uma delas, muito boa aluna, um dia veio ter comigo, pedir para ir trabalhar!
Intimamente fiquei aterrado! Mas não o demonstrei, nem retorqui. Fui logo em frente...!
Falei com um grande amigo que tem uma cadeia de Restauração. Dois dias depois a nossa trabalhadora, estava a sair de casa às 06.30 da manhã, como milhares de outras raparigas faziam nas suas profissões, para ir trabalhar para um Café-Restaurante. Nunbca a levei de carro. Ía nos transportes públicos. Serviu à mêsa, ao balcão, onde serviu, clientes desagradávelmente exigentissimos, gradas figuras da nossa sociedade..., trabalhou na copa e na cozinha, como as todas as outras colegas. Vestia Farda e Touca. E assim apreendeu o que era trabalhar no duro! Chegava a casa às 17 horas, "toda rota" e caía na camita a descansar, quiçá a chorar de de raiva e ou desespero... Eu fazia de indiferente, mas sabia que era para o seu bem. Foi sempre muito estimada. Dois mêses depois pediu-me para a levar ao Liceu para se matricular no 12º ano! Entrou na Universidade num pulo só! Só depois do Mestrado completo é que pensou em trabalhar a sério.
Filhos à parte, mas enveredo por adolescentes daqui do meu burgo. Este ano lectivo, certas adolescentes, estavam revoltadas com a carencia económica de alguns coleguitas da Secundária. Falei-lhes na sua habilidade manual para arranjarem artigos para vender e assim ajudar os seus coleguitas sem posses económicas.
Oh vizinho, mas para vender como vamos fazer?
Primeiro façam! Depois irei com vocês de porta em porta. Fixe? Ya meu!
O que tinham feito. parecia demais. Em dois dias percorremos 240 andares, 240 familias..., e foi tudo vendido. Muitos não queriam os artigos, mas sempre ajudavam com 5 euritos a causa destas jovens!
Stock refeito. Artigos vendidos, alguns já por encomenda; objectivos antingidos: O de se ajudar outrém com as nossas habilidades inatas...!
Olhe, Zilda, desejo bem que este meu texto, com base em realidades das nossas Vidas actuais, ajude a iniciativa, não de um apenas, mas de muitos jovens e adultos que lamureiam em vez de actuarem!
Cumprimentos!