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História da Hungria

por Zilda Cardoso, em 28.04.09

 

É verdade que tento compreender tudo.

E é certo que me levo a sério, apesar de saber que, para viver bem, ninguém se deve levar a sério, mas jogar com a vida, com os acontecimentos, e ironizar.

Compreender a história da Hungria, além doutras classificações, é um grande desafio e um jogo. Porém, perguntam-me – por que razão havia de querer compreender a História, particularmente, da Hungria?! Não basta contá-la?

Contá-la sem a compreender é impraticável. A história sendo uma interpretação dos acontecimentos é, por isso mesmo, apenas um entendimento possível.

Para mim, todos aqueles países entre a Rússia e a Alemanha são uma amálgama de terras de diversas cores e formas, com nomes estranhos, habitados por pessoas cujas línguas não se parecem com nenhuma das que conheço. Que andaram sempre em guerra uns com os outros e nunca tiveram fronteiras definidas por muito tempo.

São gente bonita, alta, loira, muito loira e muito alta, e fria, de olhos azuis e queixo que se ergue naturalmente. Olham de cima e eu gosto muito deles que são aguerridos, bárbaros segundo os romanos, e vieram  noutros tempos, desabridos, por essa Europa fora até à Península Ibérica. Alguns por cá terão ficado ou, pelo menos, ter-se-ão reproduzido e eu e milhões de outros, habitantes modernos desta Península, somos nitidamente seus descendentes.

(Espero que não me levem a sério quanto a esta última questão)

Mas é que tudo me parece ambíguo e misterioso nesta história. Por exemplo: são os actuais húngaros povos eslavos, germânicos, magiares? Suportaram em tempos invasões de imperadores germânicos, passagem de Cruzados e tentativas de invasão de nómadas: é natural que sejam tudo isso.

 

O que me parece certo é que houve tribos nómadas magiares originárias das planícies euro-asiáticas que depois de 955 se fixaram na bacia dos Cárpatos.

No ano 1000 constituíam um reino e um estado feudal europeu.

No século XIII os mongóis  invadiram o país e devastaram-no, tendo morrido um terço da população .

Depois da reconstrução – foram fortificados cidades e mosteiros e construídos castelos de fronteira – já no século XIV, o reino da Hungria atingiu uma grande extensão territorial. Era necessário que fosse constituído um império poderoso na Europa central para fazer frente aos turcos otomanos que cresciam em poder militar.

Porém, no século XVI com o exército húngaro aniquilado, os turcos conquistaram a Hungria.

 

 

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publicado às 21:23


12 comentários

De Augusto Küttner de Magalhães a 28.04.2009 às 23:23

Gostei imenso de ler este bocdo da História. Espero mais. Poderia passar pelo Império Austro- Hungaro? Pela Prússia. Pelo que foi aquele Império no final do seculo XIX. Inicios seculo XX.

De Laurinda Alves a 29.04.2009 às 12:56

Por razões óbvias tenho-me abstido de comentar os seus posts sobre o movimento de esperança e as minhas palavras (ninguém é bom juiz em causa própria!) mas como venho diariamente ao seu blog hoje não resisto a agradecer esta pequena-grande 'aula' de História e, acima de tudo, esta dissertação sobre um povo que me fascina e prende pelas histórias da História. Obrigada pelo exercício literário inspirador e pela beleza que sempre acrescenta à vida. Em especial quando deixa interrogações no ar que nos obrigam a questionarmo-nos e a ir mais longe no conhecimento próprio e dos outros. Abraço de Lisboa ao Porto!

De Zilda Cardoso a 29.04.2009 às 15:42

Obrigada, Laurinda, por arranjar uns minutos para me ler. É bem certo que é quem tem muito que fazer que dispõe de tempo para os outros.
Só espero que quem a lê e a ouve com inteligência,vá depois votar de acordo com o que "inteligiu". Mas que vá... apesar dos feriados. Porque é uma obrigação não apenas moral. É o uso de um direito e nenhuns feriados nos podem impedir de o usar, não é verdade?

De Augusto Küttner de Magalhães a 30.04.2009 às 00:48

Quanto à votação, seja em quem fôr, parece haver uma tremenda desmobilização, demotivação, que não só aqui, mas em toda a Europa, o que é mau. Existe aquela ideia, que não vale a pena, são sempe os mesmos – não é o caso da Laurinda – vão para lá e “ajeitam-se ao lugar”, e esquecem-se de quem neles votou. Sendo necessário mudar este paradigma, é também indispensavel bem fundamentar essa mudança. De todos, para e por todos!

De Marcolino Duarte Osorio a 29.04.2009 às 17:21

Olá, Zilda!

Gratificante sentir que vai visitando o meu Blogue.

Aqui também manifesto, o meu agradecimento pelo seu comentário ao meu último Post!

Nunca fui ligado à História Universal. Preferi sempre, não sei porquê, a Geografia Fisica.

A Senhora, além de muito inteligente, é uma comunicadora inata. Porquê? Simplesmente porque, com a sua fluente clareza, e sem rococós distractivos, conseguiu em meia duzia de linhas prender a atenção de quem sempre achou maçuda, a História Universal, dando-me com signgeleza uma grande lição da Arte da Comunicação, quer oral, quer escrita!

Parabéns Professora; gratificante esta sua Lição!

De CC a 29.04.2009 às 21:18

Muito instrutivo! Quero mais...
Não leve a mal o tom de exigibilidade é só para reforçar a ideia de que o post é muito bom.
Bjnh

De viguilherme a 30.04.2009 às 07:00

Desafiar a nossa curiosidade e transportar-nos para um melhor entendimento do Mundo e do Homem ,é um trabalho apaixonante de reflexão ,de intuição ,de pesquiza ......que leva a uma descoberta de nós próprios e a um melhor descernimento sobre os outros /Mundo .O seu texto é esse debruçar sobre a História dos acontecimentos que enriquece o saber em cortes transversais e longitudinais (espaço /tempo),com maior entendimento sobre a evolução e suas crises ........ É com agrado que sinto seu entusiasmo nesta viagem pela História da Hungria ,acompanhando-a nos seus escritos que me ajudam também a ter uma compreensão mais correcta ,da construção desta area da Europa e suas especificidades ........que ainda hoje são evidentes pelas raizes ancestrais (povo nomada )e pelos povos (barbaros ,mongóis ,turcos )que por aí passaram e aí permaneceram longos períodos deixando seu codigo genético refletido em seu comportamento,e valores .....obrigada pelo repensar sobre a evolução e construção desta Europa rica na sua diversidade ......espero novas .....

De Augusto Küttner de Magalhães a 30.04.2009 às 08:38

Seria interessante, com todos os conhecimentos que tem e com a forma como sabe tão bem escrever, passar ali pela Turquia, desde antes a 1980, país politicamente islamico, `a sua passagem para laico, e a tudo o que ultimamente tem avcontecido com um governo islamico num país laico. Com a introdução das mulheres poderem usar o veú nas Universidades, e tudo de complicado que isso gerou, como a forma talvez estranha como se posicinaram para entrar na UE, e agora criticaram em publico e de forma pouco sensata Israel. Sendo que são o 2º maior país da Nato. E aqui saber-se o que é a Nato hoje............. digamos falar sobre a Turquia, como tampão, ou como passagem do Ocidente para o Islão.............fica o desafio! Não geo-politico, mas mais historico

De Zilda Cardoso a 30.04.2009 às 18:45

Muito obrigada, Augusto de Magalhães, pelo seu estímulo. É muito importante para mim. Não posso sentir-me só com os amigos por perto. Leu o site do MIL RAZOES e os artigos sobre solidão? Gostaria que visse e comentasse. É uma organização muito interessante de ajuda a pessoas que terão problemas de saúde mental e que podemos ajudar.
Quanto à Turquia, sim, passarei por essa história, um dia. No momento, estou muito interessada na História da Hungria que queria desenvolver. Agradeço a sugestão muito bem vinda.

De Augusto Küttner de Magalhães a 30.04.2009 às 23:51

Quem agradece sou eu pela generosidade das suas palavras. Andei uns tempos em volta de temas de solidão, que neste momento estou a evitar.....
Penso que a história da Hungria é espectacular e por certo uma abordagem feita pela Zilda Cardoso, além de ter um tremendo conteúdo, terá muito interesse. Ficamos todos ansiosos por a ler, como aquele livro, que está a começar a escrever!!!!!!!!!!!!!! Admiro o seu empenho, e a forma como tão bem escreve. Lembrei-me da Turquia, dado ser aquele país estranho...que muda de posição, conforme se vai sentido confortável na posição que ocupa em cada momento, abre e fecha portas conforme as suas – deles – conveniências...há pouco tempo um celebre nosso concidadão aqui do Porto, que muito considero numa troca de impressões sobre este tema Turquia, referia que é lá que ainda hoje encontra estudiosos e cientistas tremendamente capazes, mais que p.e. na Grécia, e até noutros países, pena são os outros, e são muitos. Agora vamos querer, por certo todos, a história da Hungria e o outro Livro.

De mikolt a 10.05.2009 às 11:12

vai ficar espantada de ouvir de mim....Nâo sou muito ligada ao passado, mas últimamente tenho descoberto uma vontade de conhecer mais...que implica reviver uma série de situações que não sei estar pronta para enfrentar...descobrí recenemente um grande escritor húngaro...que vai lhe ajudar a comprender a mentalidade de um povo muito sofrido
Sándor Márai...tem já várias obrada públicada em portigues..Recomendo " As velas ardem até o fim"
Bjs Mikolt

De mikolt a 11.05.2009 às 01:01

Vai ficar muito admirada de receber notícias minhas...
Gostei muito da sua pesquisa sobre a hungria....
Não só muito ligado ao passado,mas descobri recentemente um autor húngaro: Sándor Márai que tem obras traduzidas em port,e vai lhe ajudar a entender um pouco mais est povo tão sofrido.
Bjs Mikolt

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