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Seria um desperdício se a televisão fosse usada apenas como entretenimento. É um meio de comunicação que goza da preferência geral e as crianças, desde os primeiros anos, gostam de ver as insinuantes imagens em movimento. Passam horas do seu dia prestando-lhes atenção, apreciando e aprendendo com elas.
Por esse motivo, a televisão é, antes de mais, informação que forma. Nessa medida, é tão altamente benéfica como perigosa, na medida em que é sempre e acima de tudo sedução.
Quando transmite programas que saem dos esquemas que devem orientar a nossa vida em sociedade, causa danos talvez irreparáveis, deforma em vez de formar, como seria desejável.
Preferíamos viver sem um esquema restritivo dos nossos desejos e da nossa liberdade, mesmo sabendo que, desse modo, a vida é mais difícil como vida organizada, mais desafiadora.
É mais difícil. Porém, desde que flexível, aberta em permanência a novas circunstâncias e a novos conhecimentos, o esquema orientador pode revelar-se essencial.
(Vai continuar)
Não me queixarei nunca seja de que injustiça for, se tiver presente o quanto tenho sido favorecida com a possibilidade de desfrutar de uma paisagem sumptuosa. como esta.
Acho que dependeu de múltiplas circunstâncias o facto de poder gozá-la com esta frequência e à-vontade.
Acontece que moro aqui. E podia vivar noutro sítio, numa casa sem janela e sem varanda.
Porém, o que não é aleatório é o saber ver. O ser capaz de distinguir observando, analisando, concluindo de forma precária.
E posso ver o que estou vendo como um presente de quem o criou. Mas não deixar fugir o essencial pode ser um mérito meu.
Que me levará a considerar este espaço exterior como “um espaço fora do espaço” e eu não sei o que isto quer dizer. Não sei mesmo, se bem que preze muito quem o disse.
Sinto um permanente ressentimento em relação a este espaço exterior.
Ele mostra-mo e não me deixa ver o que eu preferia ver com clareza. E lembro sempre o que Ele quer que eu veja e o que ele esconde e quer simplesmente que eu descubra.
Acho-O insaciável de perfeição, no sentido de que não me deu inteligência suficiente para descobrir o essencial, por isso, nunca o poderei descobrir. No entanto, esta insistência em querer que descubra revelará um desejo…
Terei vontade e capacidade apenas para ir encontrando sem perder a esperança de chegar a encontrar. Sabendo bem que não serei capaz, enquanto Ele não quiser.
Desejo independência, mas não sei como conquistá-la.
A menos que esta paisagem de que falo não tenha nada a ver com o que está aqui, cada dia, à disposição do meu olhar a partir da varanda.
Não disse que não acreditava em milagres! Eles estão a acontecer cada dia, todos os dias, em volta de mim, seria difícil!
E um bem transparente de que lhes queria falar é este: o tecto de estuque da minha casa está há 3 anos prestes a cair, numa grande extensão, no centro da sala voltada ao mar….
De cada vez que observo… vejo uma coisa caotica a acontecer dentro de poucos minutos!
É um milagre sem sombra de dúvida, porque não cai. E, quando finalmente cair, será como se um terramoto estivesse a acontecer sub-repticiamente, estremecesse a casa e, em parte, a desmoronasse.
Tenho estado à espera!
E vejo as fendas mais risonhas e os primitivos desenhos ainda interessantes, coloridos e cuidadosamente sombreados.
Haverá acontecimentos entre parêntesis insuspeitos?
O que estará em suspenso?
Chegará o momento certo de destruição, o momento infernal…?
Impressiona-me que não venha daquele interior qualquer ruido nem de mundo nem de asas (por momentos, pensei numa bela surpresa).
Contudo, porque penso que é um milagre, não continuo a procurar razões lógicas.
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