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Agustina no ano do centenário do seu nascimento

por Zilda Cardoso, em 26.03.22

 

Recordo a Amiga de quem mereci estima, apreciação, respeito. E também a Escritora que admiro.

Tenho muitos dos seus livros na estante em frente a mim, nunca a perco de vista. Mas o que mais recordo e melhor são os seus pensamentos inteligentes, a sua boa disposição, o sorriso sempre acolhedor… E, do mesmo modo, as cartas, as mensagens telefónicas, as confidências, a sua companhia…

É do que tenho saudade.

Zilda

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publicado às 15:39

As cores do sonho

por Zilda Cardoso, em 25.03.22

DSC01760.JPG

 

Viver entre azuis

sem nem uma nuvem

entre mar e céu.

A vela branca e eu

deslizando…

Alguns fios de sol

perto do horizonte

lúcido e longínquo.

 

Gaivotas brancas

recortadas no azul,

um som suave e morno…

A vida a acontecer

entre céu e mar

Aqui.

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publicado às 17:56

O Nada

por Zilda Cardoso, em 24.03.22

 

Não temos qualquer experiência do nada.

A morte é o nada.

Não temos experiência da morte porque a morte é o nada.

Não sabemos o que é o nada, não conhecemos a nossa morte. A não ser que é o nada e porque calculamos, embora nos custe a aceitar, calculamos que não fica qualquer recordação da vida, do que foi existir, até ao momento da morte.

Até ao momento do nada.

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publicado às 10:02

Da sua varanda...

por Zilda Cardoso, em 23.03.22

 

Vê-se o mar, o porto, a praia dos surfistas e a outra… extensa.

Ontem apreciámos tudo isso devidamente, da sua varanda. Mas não vimos o Sol no seu esplendor antes de desaparecer, dourado e brilhante no horizonte, ao fim da tarde.

O ouro encareceu no mercado com recentes acontecimentos belicosos e, talvez por isso, não abrilhantou nem enriqueceu o Astro como noutras ocasiões, frequentes, em que alguém é calorosamente convidado para o admirar de longe, da varanda. A certa altura, enfiou-se na barreira espessa de humidade cinzenta, justamente uns centímetros acima do horizonte, e ninguém mais o viu.

Então, a minha amiga convidou-nos para nos refrescarmos com o seu alto e belo copo borbulhante e também dourado, que esse sim manteve a promessa, entre as salsas e as hortelãs verdes e bem-cheirosas dos vasos e as flores sofisticadas que crescem na varanda e sorriem para nós todo o tempo.

Gosto do sorriso delas, até que murcham. Dão-se alegremente: é um regalo contemplar!

Daí a pouco e inesperadamente, estávamos na sala de jantar perante uma mesa requintadamente posta em frente ao porto que podia ser Manhattan mas era muito mais bonito e próximo. E havia os barcões brancos de turistas, muito esticados ao longo do paredão, e que ali tinham pernoitado para a programada visita à cidade.

Como podíamos não estar deleitados? Cantámos canções da nossa juventude, napolitana e grega, nórdica e alentejana e minhota e beirã, tudo em poucos e alegres minutos…e eu disse, a pedido, e muito mal, um poema do meu recente livro…

Foi uma reunião totalmente conseguida, alegre e original. Apenas se falou de música, de amizade e de arte. Que melhor?
Bem rodeados estivemos na sua varanda, estimulados para pensamentos benévolos, não fez falta aquele outro brilho precioso dispendioso, de mercado.

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publicado às 08:31

Confortável maneira de ver a vida

por Zilda Cardoso, em 21.03.22

Há muitas coisas que me  esforço por realizar bem.

Nem sempre consigo. E ralo-me. Mas há outras - muitas - com que não me importo, realize bem ou mal, Não quero saber..

Por isso, muitas das coisas em que penso quando contemplo o mundo da minha varanda é que talvez aquilo que nesse momento me está a preocupar pertença afinal ao grupo daquelas coisas com que não me importo, de que não quero saber.

E fica tudo bem, confortável, saudável.

(Descobri esta semana esta nova e extremamente confortável maneira de ver a vida.

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publicado às 15:02

Apenas um pouco de saber

por Zilda Cardoso, em 20.03.22

 

Felizmente, não estou só, sozinha e solitária. Há no mundo outras entidades de grande porte e valor, relevantes como a Lua, o Sol, diferentes astros ou estrelas.

Dou-me bem com eles, vejo-os quase todos os dias, conversámos.

Não sei o que faria se desaparecessem. Achar-me-ia desamparada.

Vejam só a minha sapiência. (Já lhes contei como o Roland Barthes define sapiência e escrita moderna?)

Aquela ideia de que estou com o Sol, com a Lua, com outros planetas enche-me de uma segurança enorme, pois não é fácil que vão desaparecer todos e deixar-me para trás, alone. Por isso, me sinto acompanhada e cheia como um boneco insuflado de coisas boas e resistentes.

É claro que se aproximarem de mim suficientemente um objecto picante… eu posso esvasiar subitamente. E lá se vai a confiança em mim própria: fico despida por dentro. (Por fora… não sei).

Acto que a minha escrita revela e que R. B. chamava sapiência. É o que penso aproximar-se da realidade do que escrevo.

R.B. falava de uma escrita moderna que de certo era do seu agrado e que revelava ausência de poder, apenas um pouco de saber, alguma sabedoria e o máximo de sabor possível.

Como apreciava chegar lá!

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publicado às 17:55

Uma obra de arte?

por Zilda Cardoso, em 09.03.22

Ultimamente, tenho andado a inventar uma vida…

Mas sempre tive uma vida! Só que nunca foi, antes, e continua a não ser, a que gostaria de ter. Ou como me agradaria que fosse.

Todavia por que não a fazer do meu agrado? Pois… depende de mim. Posso fazê-la má e, de qualquer modo, inventar uma satisfação para ela, quero dizer, posso pensar que ela é satisfatória e me preenche assim mesmo, tal qual é.

Posso construi-la como quiser e entendê-la como pretender. Nem sequer são superioridades minhas: esse modo de viver, essa vida ou a minha satisfação dela, sem limite, dependem da minha escolha, e isto é igual para toda a gente.

Posso considerá-la do meu agrado, por exemplo, sendo solidária para com os outros, que são meus iguais. Ajudas recíprocas para que estejamos todos bem. Nós e o mundo.

Sem guerra (sem vencedores e sem vencidos).

É uma ideia que pode resultar.

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publicado às 06:40




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