Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Olho o mar (todos os dias da minha vida)…
Teria, devia ter, desejo de tocar, de mergulhar
na massa penetrável, talvez iluminada.
Tive o desejo, sim. Outrora.
Interroguei-me sobre os corais e as grutas de Sophia
Li poetas... apaixonados pelo mar…
Já não tenho essa vontade, conheço-o, é frio, salgado
e talvez me levasse para longe, para o não alumiado.
Mas não quero ir, assim levada.
As aventuras hoje terminam à tona de água
os barcos, os que atravessam o horizonte
e mal lhe tocam… ainda anseio embarcá-los…
Mas bastam-me os reflexos do sol e do céu no mar
e as estrelas à noite, e a Lua quando vem.
Não quero aprofundar-me, quero as conchas
que sei que as há por aí, prodigiosas.
Quero que venham ter comigo à praia fosca.
Percorro quilómetros húmidos, nessa esperança
terão batido antes contra as rochas duras
estilhaçadas as de que tenho os bolsos cheios.
Tento remendá-las, colo as várias formas, os pedaços
misturo cores, dou-lhes feições, já que morreram.
É agora cada concha coisa nova
e eu regresso feliz das que gerei
musicais, espiraladas, como turbantes
ou búzios, beijinhos, lapas, estrombos
que se tocam e tocam quando as ligo.
Ouço-as no meu ouvido cantando
o mar de brandos escolhos e perigo…
Apenas… conchas
Olho o mar, todos os dias da minha vida…
Teria, devia ter, desejo de lhe tocar, de mergulhar
naquela massa penetrável, talvez iluminada.
Tive o desejo, sim. Outrora.
Interroguei-me sobre os corais e as grutas de Sophia
Li os poetas que conheço apaixonados pelo mar…
Já não tenho essa vontade, conheço-o, é frio, salgado
e talvez me levasse para longe, para o não alumiado.
Mas não quero ir, assim levada.
As aventuras hoje terminam à tona de água
os barcos, os que atravessam o horizonte
e mal lhe tocam… ainda anseio embarcá-los…
Mas bastam-me os reflexos do sol e do céu no mar
e as estrelas à noite, e a Lua quando vem.
Não quero aprofundar-me, quero as conchas
que sei que as há por aí, prodigiosas.
Quero que venham ter comigo à praia fosca.
Percorro quilómetros húmidos, nessa esperança
terão batido antes contra as rochas duras
estilhaçadas as de que tenho os bolsos cheios.
Tento remendá-las, colo as várias formas, os pedaços
misturo cores, dou-lhes feições, já que morreram.
É agora cada concha coisa nova
e eu regresso feliz das que gerei
espiraladas, como turbantes, musicais
ou búzios, beijinhos, lapas, estrombos
que se tocam e tocam quando as ligo.
Ouço-as no meu ouvido cantando
o mar de brandos escolhos e perigo…
Das profundezas do Oceano
o ruído aterrador… que causa natural o provocou?
(Não quero saber doutra nenhuma)
À superfície é só espuma doce contra as rochas!
O mar nunca murmura como o rio…
Os barcos ao longe vogam vagamente
são brandos, nem parecem vivos.
Com o passar da tarde, do tempo
a bem dizer, o ruído esvai-se.
As vagas em diagonal continuam
dançando ou meneando-se
a uma cadência musical desconhecida.
Não há acerto nem concerto.
É Inverno hoje, dia de varanda
de beira-mar, solheiro… sem vento….
Fico… e foge…vai fugindo o dia.
De madrugada, uma cidade alta
inteira, largamente iluminada,
entra no porto acanhado, penetra
e ali fica, a noite e o dia, cintilante
de cores e brilhos e pedaços de espelhos.
Como pôde entrar? Não pôde, introduziu-se…
(Falta-me discernimento).
Foi um dia diferente, perturbador:
choveu sol, fragor imenso, luz difusa
e também doçura e fantasia.
Ao que parece, nesta nova tarde,
choveu magia.
É desconcerto.
Das profundezas do Oceano
o ruído aterrador… que causa natural o provocou?
(Não quero saber doutra nenhuma)
À superfície é só espuma doce contra as rochas!
O mar nunca murmura como o rio…
Os barcos ao longe vogam vagamente
são brandos, nem parecem vivos.
Com o passar da tarde, do tempo
a bem dizer, o ruído esvai-se.
As vagas em diagonal continuam
dançando ou meneando-se
a uma cadência musical desconhecida.
Não há acerto nem concerto.
É Inverno hoje, dia de varanda
de beira-mar, solheiro… sem vento….
Fico… e foge…vai fugindo o dia.
De madrugada, uma cidade alta
inteira, largamente iluminada,
entra no porto acanhado, penetra
e ali fica, a noite e o dia, cintilante
de cores e brilhos e pedaços de espelhos.
Como pôde entrar? Não pôde, introduziu-se…
(Falta-me discernimento).
Foi um dia diferente, perturbador:
choveu sol, fragor imenso, luz difusa
e também doçura e fantasia.
Ao que parece, nesta nova tarde,
choveu magia.
É desconcerto.
A quem contarei o que ouvi e vi?
Das profundezas do Oceano
o ruído aterrador… que causa natural o provocou?
(Não quero saber doutra nenhuma)
À superfície é só espuma doce contra as rochas!
O mar nunca murmura como o rio…
Os barcos ao longe vogam vagamente
são brandos, nem parecem vivos.
Com o passar da tarde, do tempo
a bem dizer, o ruído esvai-se.
As vagas em diagonal continuam
dançando ou meneando-se
a uma cadência musical desconhecida.
Não há acerto nem concerto.
É Inverno hoje, dia de varanda
de beira-mar, solheiro… sem vento….
Fico… e foge…vai fugindo o dia.
De madrugada, uma cidade alta
inteira, largamente iluminada,
entra no porto acanhado, penetra
e ali fica, a noite e o dia, cintilante
de cores e brilhos e pedaços de espelhos.
Como pôde entrar? Não pôde, introduziu-se…
(Falta-me discernimento).
Foi um dia diferente, perturbador:
choveu sol, fragor imenso, luz difusa
e também doçura e fantasia.
Ao que parece, nesta nova tarde,
choveu magia.
É desconcerto.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.