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Como podia não estar feliz, diz-me?!
Os pássaros passam em bandos
com o sol dourado e brilhante por trás
Tudo anil sobre oiro em redor.
E há os pombos azuis perto do chão
quero ir com eles para onde não sei que vão.
Passam para o mesmo ponto horizontal
rente ao mar ou mais alto a norte.
Fico só em silêncio constrangido
porque desconheço onde quero ir com eles.
Seja onde for, nem sei se o mar é só um
se me separa doutro lugar, doutro mar.
Devo saber… para os cativar.
Cada manhã, pinto o mundo
não como espelho
nem falo dele com palavras
que o descrevessem
porque não descrevem.
Não, apenas o silêncio me conforta.
Poderei de tão alto ver e sentir melhor
os seres de além acima de mim
e outros mais nítidos no horizonte?
Não sei donde vim e por que me importa.
Ninguém me pode dizer quem é quem
aqui e o quê. Dirão: são praias mornas
e o mar é agora azul riscado de ondas
espelha o céu de nuvens brancas esboçadas.
Ontem era cinzento e pesado.
O mesmo lugar? pergunto.
Daqui a pouco, tudo será diferente
Ou serei eu desigual.
Calculo que vou ver outras pinturas
Talvez o céu cheio de estrelas
Que nunca descubro quem ali põe,
Por mais que me apresse a ver
não chego a tempo de contemplar.
Mas são. O mar fica escuro e invisível
Só o ouço ressonar contra os rochedos.
Vagamente. Não creio que alguma coisa
vá acontecer neste lugar hoje
de que venha a ter saudade eternamente.
Ele, o mar, também é solitário.
Cada manhã, pinto o mundo
não como espelho
nem falo dele com palavras
que o descrevessem
porque não descrevem.
Não, apenas o silêncio me conforta.
Poderei de tão alto ver e sentir melhor
os seres de além acima de mim
e outros mais nítidos no horizonte?
Não sei donde vim e por que me importa.
Ninguém me pode dizer quem é quem
aqui e o quê. Dirão: são praias mornas
e o mar é agora azul riscado de ondas
espelha o céu de nuvens brancas esboçadas.
Ontem era cinzento e pesado.
O mesmo lugar? pergunto.
Daqui a pouco, tudo será diferente
Ou serei eu desigual.
Calculo que vou ver outras pinturas
Talvez o céu cheio de estrelas
Que nunca descubro quem ali põe,
Por mais que me apresse a ver
não chego a tempo de contemplar.
Mas são. O mar fica escuro e invisível
Só o ouço ressonar contra os rochedos.
Vagamente. Não creio que alguma coisa
vá acontecer neste lugar hoje
de que venha a ter saudade eternamente.
Ele, o mar, também é solitário.
(imagem da internet)
Por um largo período, todos os dias da minha vida eram marcados por acontecimentos em que devia participar e a que devia dar valor. Eram valiosos para os que me rodeavam e para mim. Muito numerosos factos dependiam da minha acção.
Passou.
No presente, parece nada ter essa característica: tanto faz fazê-lo como não o fazer, seja o que for, dizer ou não dizer sem ou com diálogo, escrever, publicar ou guardar para mim, agora ou mais tarde… que consequências tem? Nada no mundo se altera já com a minha actuação, mesmo muito bem intencionada.
É repousante!
Por que não me sinto particularmente feliz com isso?
Hoje, este dia esplêndido de sol, saí numa direcção diferente da costumada, nos últimos tempos. Tencionava visitar a Anémona de que tinha observado ultimamente imagens surpreendentes e interessantes. Poderia gozar a sorte de a fotografar de um ângulo insólito.
Quando cheguei ao Edifício Transparente, resolvi entrar para uma sobremesa. E depois voltei para trás: estava cheia de calor e cansada. Pensei ver a anémona lá de cima, do nível da estrada, tão perto. E subi.
Não vi a Anémona!! Fiquei perfeitamente escandalizada. Estupefacta: como se atreveram…?! Ela pertencia àquele lugar, não podia ser tirada dali sem um referendo universal!
Mas que ideia! Ruminava eu, a caminho de casa. E para onde a poderiam ter levado?
Continuei a caminhar e a afastar-me. De vez em quando, olhava para trás: estava a ficar muito agitada. Que extraordinária fantasia!
E que podia eu fazer? Nesse momento, era afinal marcante que fizesse alguma coisa? Ainda podia ter uma acção decisiva?
À quinta viragem de cabeça para observar o famoso monumento aos pescadores que se tornou tão querido dos cidadãos da minha cidade e da vizinha… ele estava lá.
Juro! Ele estava lá! ESTAVA.
Impecável, inteiramente vermelho, sem movimento, voltado simultaneamente para o mar e para o céu, deixando-se mirar todo através de si, idealmente estranho e deslumbrante. Sumptuoso e modesto: uma beleza.
Que posso concluir disto?
O meu pensamento realizou um milagre muito desejado. Tem um poder imenso. Tem o poder de realizar coisas concretas, excepcionais que dizem respeito ao mundo real e à humanidade em particular.
I am still Mariana.
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