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Ainda a arte do Côa

por Zilda Cardoso, em 30.05.12

  

A propósito da arte rupestre que visitei há dias no vale do Côa, lembrei-me de nomear aqui Edgar Morin em O Paradigma Perdido, o seu grande sucesso de 1973.

 

“… no período magdaleniano, a pintura mural com ocre e com negro de manganês, assim como a gravura na rocha ou no osso, é uma arte muito desenvolvida e que os símbolos, sinais e grafitos são utilizados correntemente.”

 

“Durante muito tempo, limitamo-nos a admirar, nesses fenómenos, o nascimento da arte, em vez de ler neles o segundo nascimento do homem, quer dizer, o nascimento do homo sapiens”.

 

 

"Num sentido, o desdobramento geográfico constitui a aquisição de um novo modo de expressão e de comunicação que é uma primeira escrita."

 

"Por outro lado, arte quer dizer, destreza, habilidade, precisão, invenção no saber-fazer que os predecedores do sapiens já tinham desenvolvido nas actividades práticas e designadamente na caça, aventura-se e desdobra-se num campo novo que é o das produções próprias do espírito (imagens, símbolos, ideias...."

 

"... duas interpretações, uma que reconhece pura e simplesmente o aparecimento de uma actividade artística e de uma via estética que encontram finalidade em si próprias, e a outra que integra a nova arte das formas numa finalidade ritual e mágica."

 

“…a decoração, o adorno, a escultura, a pintura, podem ter valor de protecção e de sorte e encontrarem-se ligadas a crenças mitológicas e a operações rituais. É por isso que se supôs que as pinturas rupestres de animais, legadas pela pré-história correspondiam a ritos mágicos, preparatórios da caça”.

 

“A existência do duplo é atestada pela sombra móvel que acompanha cada um, pelo desdobramento da pessoa no sonho e pelo desdobramento do reflexo na água, quer dizer, a imagem.”

 

“… a imagem… contém a presença do duplo do ser representado e permite, por seu intermédio, agir sobre esse ser; é esta acção que é propriamente mágica: rito de evocação pela imagem, rito de invocação à imagem, rito de possessão sobre a imagem (enfeitiçamento).”

 

“É aqui que podemos compreender a ligação entre a imagem, o imaginário, a magia, o rito.”

 

“O próprio do ritual mágico, no homo sapiens, é dirigir-se não só directamente aos seres de que se espera uma resposta, mas também às imagens ou símbolos que se supõe localizarem em si… o duplo do ser representado.”

 

“… para o sapiens, todo o objecto passou a ter uma dupla existência”. “…a existência da sua presença no espírito, fora da percepção empírica sob a forma de imagem mental… imagem relembrada”.

 

 

“… o que o grafismo mural nos revela é a ligação imaginária com o mundo”.

 

(Desenho: CNART/PAVC do 01 Cadernos do Côa)

 

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publicado às 18:53

Uma crueldade que lhe compete...

por Zilda Cardoso, em 26.05.12

Inesperadamente encontrei entre livros e revistas este Tripeiro de Julho/Agosto de 2005 com referências à apresentação do meu livro ANA AUGUSTA, por Mário Cláudio, na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, no Porto.

Gostei de reviver esse momento, que foi talvez a última vez que tive o prazer de conversar com Agustina Bessa-Luís antes de ter ficado doente. Estava na assistência com o meu livro na mão, e foi a ela que os jornalistas interpelaram com insistência e fotografaram.

Mário Cláudio apresentou o livro sobre a minha bisavó Ana Augusta em termos agradados, e Agustina, a quem a história é dedicada, não largou o pequeno volume durante toda a sessão.

Relembro estes momentos com saudade.

 

 

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publicado às 18:05

RE aprender a Vida

por Zilda Cardoso, em 26.05.12

 

 

 

Acredito, com os especialistas no assunto, que o nosso sistema de ensino, para desenvolver as “competências ligadas ao hemisfério esquerdo do cérebro (lógico, sequencial, analítico e objectivo),” deverá trabalhar intensamente o hemisfério direito ligado “à criatividade, à estética, à intuição, ao pensamento não linear, simultâneo, contextual e sintético”.

Quer dizer, devemos utilizar os dois hemisférios em conjunto para tirarmos o máximo proveito da capacidade de raciocínio do cérebro.

E isto não tem estado a ser feito.

De modo que é necessário investir na qualidade do nosso ensino para que a educação seja o que deve ser, isto é, um valor fundamental.

Crianças e jovens serão preparados para viver numa “sociedade tecnológica, globalizada, móvel, plástica e transparente”.

Por outro lado, há um grupo em arrebatado crescimento, que é o dos idosos que não são respeitados, como no Oriente, pela sua sabedoria e experiência de vida, mas antes se consideram um peso que os novos têm que suportar.

É possível, no entanto, manter este grupo activo de modo a que o seu cérebro seja estimulado e não entre em declínio. Só uma vida preenchida dará aos idosos alegria de viver.

E isto tornou-se tão importante como a educação das crianças e jovens.

 

 

Verifico com enorme satisfação que a RE AGE de Oeiras oferece uma diversidade de ideias, programas e serviços que podem ajudar UNS E OUTROS, novos e velhos, a compreenderem-se e a viverem melhor.

 

 

É através de técnicas inovadoras e também de algumas das mais antigas que se aprende a exercitar o corpo e o espírito. Ambiente aberto e divertido, estimulação cerebral, medicina tradicional e actividades lúdicas e recreativas, são algumas delas.

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publicado às 11:26

A arte do Paleolítico

por Zilda Cardoso, em 24.05.12

Eu diria, reflectindo sobre ARTE e a sua origem, diria que a extrema beleza da paisagem do Douro que acabei de visitar está em absoluta consonância com a arte produzida pelo homem do Paleolítico Superior, há cerca de 40.000 anos, ali recentemente descoberta.

O que o terá levado a criar e a gravar o que são representações dos animais com que lidava, com que trabalhava, que caçava? Havia sem dúvida muitas comunidades de caçadores-recolectores nestas paragens que tinham o que se considera a essência do ser humano: a capacidade de se emocionar. E emocionavam-se, com certeza, perante o espectáculo da natureza. Podemos pensar que a consideravam bela e grandiosa e mesmo transcendente. Teriam já preocupações intelectuais e preocupações espirituais.

 

 

 

 
 

 

"Quem criou isto?" Ter-se-iam interrogado. "Serei eu capaz de criar alguma coisa mesmo minúscula semelhante?" Quer dizer, capaz de provocar uma emoção semelhante.

E tentou aperfeiçoar os seus traços e os seus picotados emprestando à imagem que criou uma qualidade de beleza rara, digna do transcendente. Não a colocou, para ser admirada e venerada, em grutas no Vale do Côa, mas ao ar livre confiando na benevolência da Natureza e na conveniência da proximidade das abertas manifestações divinas exemplares como o recorte terrivelmente harmonioso desses montes.

Ou pelo contrário estaria o homem, nessa época,  a distanciar-se da natureza e a criar a cultura? A distância servirá, como se diz nos Cadernos do Côa, para proteger-se, para maravilhar-se, para controlar?

 

 

 

 

 

 

O sentido dessas imagens será simbólico e será religioso, talvez.

São perturbadoras na sua beleza, mas o que nos querem dizer além disso? Como se ligam a mito e a magia? Estarão a dizer que o homem, criador delas, domina os animais representados nas gravuras? Já não tem medo? É capaz de se proteger?

Acho que a verdade dessas imagens é a sua beleza, o seu significado ficará por descobrir.

E quem ainda no nosso tempo procura a verdade absoluta?

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publicado às 16:07

2 dias + 1

por Zilda Cardoso, em 20.05.12

Estes últimos três dias foram de epopeia. Passaram por mim, passei por eles? Foram diferentes de quaisquer outros dos últimos dias dos recentes anos.

Integrei-me numa excursão de arqueólogos e interessados alunos de arqueologia, todos maiores de 60 anos com olhos que viram muitas coisas bonitas e feias, boas e más, vulgares e estranhas.

Durante dois dias, apreciámos vestígios de arte rupestre no Vala do Côa, em Castelo Melhor e na Torre de Moncorvo, e só não fomos mais longe porque o autocarro que nos transportou não conseguiu passar as apertadas curvas de determinado lugar perto da Régua. De modo que voltámos para trás.

Em Castelo Melhor, o calor da tarde era sufocante e não havia ninguém nas ruas. Excepto as minhas simpáticas primas no momento a viver na aldeia, que me saudaram com acenos e abraços de boas vindas e logo depois de despedida (tivemos poucos minutos para conversar, mas houve uma promessa solene da minha parte de que voltaria este Verão). Grandes sorrisos, muitas palavras carinhosas e uma oferta especial deixaram-me desvanecida: à boa maneira acolhedora quase esquecida das pessoas portuguesas, uma delas ofereceu-me um queijo de grande qualidade, acabado de confeccionar a partir do leite das ovelhas que vi a pastar no monte perto do Castelo. Nada me podia ter dado maior prazer – ofereceu-me alguma coisa que ela mesma compôs por suas mãos.

Muito obrigada, Maria Adelaide.

 

As casas que vi na aldeia completamente remodeladas, nada tinham a ver com as das minhas recordações e isso naturalmente entristeceu-me: gostava delas como eram e penso que teria sido bom modernizá-las por dentro e preservar a sua aparência exterior, deixá-las como sempre foram, pelo menos, desde que há história delas.

O que gostaria de ter feito e não foi possível foi subir ao Castelo, mas o objectivo da visita era outro e pelo menos até que sejam descobertas, como em Penascosa, gravuras de cavalos e cabras ou outras abstractas ou geométricas, o Castelo ficará por visitar. Mas é de lá que se avista a deslumbrante vista circular do meu maior encanto.

O Castelo foi talvez construído sobre um castro pré-romano. Por ocasião da Reconquista Cristã da Península, Afonso IX de Leão deu à vila a primeira Carta de Foral em 1209 e reconstruiu o Castelo. D. Denis com o Tratado de Alcanices e a posse definitiva da região reforçou-o dando-lhe o Portão da Vila, que ”passou a ser guarnecido por dois torreões de planta quadrangular, transmitindo assim, ao visitante, a impressão de solidez e força, ao mesmo tempo que se mantinha a primitiva cerca amuralhada, reforçada por um torreão adossado, vigiando a única via de acesso”.

D. Fernando ampliou e reforçou a defesa da vila.

“Quando da Guerra da Restauração da independência portuguesa, tiveram lugar ligeiras obras de modernização e reforço, adaptando a estrutura defensiva ao moderno fogo da artilharia” (Internet).

O que se pode observar ainda é que o castelo coroa o monte, tem planta circular, muralha, três cubelos e porta em arco quebrado. No interior, na praça de armas, uma cisterna com planta circular.

Os jeeps que nos levaram e os caminhos para esses lugares de arte de Penascosa eram impossíveis de usar. Mas fomos a grande velocidade porque a guia achou que tinha que cumprir um horário e não havia outra forma de o conseguir. É evidente que tinha sido mais suportável ir a pé mesmo com aquele calor africano, sem poder abrir um guarda-sol – expressamente proibido ali naquele lugar ao ar livre(!) - sob um sol abrasador. E de pé, pacificamente, com o mesmo sol de 40º a pesar-nos nas costas, ouvimos a guia derramar a sua sabedoria rupestre sobre todos nós. 

Voltamos no jeep da mesma forma rude até ao largo da aldeia onde, numa loja recente de produtos da terra, o proprietário nos contou com pompa e circunstância o que sabia  da história de Castelo Melhor depois de ter proclamado em bom som se “queríamos ou não ouvi-la”, quer comprássemos quer não alguma coisa.

Dissemos que sim em coro, e ele desenrolou, com enorme satisfação própria, a história muito antiga do território de Ribacôa, um dos mais importantes sítios do mundo de arte rupestre de ar livre.

 

 

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publicado às 19:36

Leitura Furiosa

por Zilda Cardoso, em 14.05.12

 

 

 

As fotografias estão péssimas e custa-me mostrá-las, mas gostava de divulgar uma actividade de grande valor social. Não é iniciativa do Museu mas foi apresentada pelo seu director.

   

 

 

 

Fiquei a saber que havia instituições como o Centro de Apoio Social dos Anjos, o Recolhimento do Convento da Encarnação, a Comunidade Terapêutica da Ponte da Pedra, o Qualificar para Incluir, o Teatro do Centro, a Escola da Segunda Oportunidade, o Centro Educativo Santo António, a Comunidade Terapêutica da Horta Nova, Biblioteca Municipal de Beja, o Centro Social de S. Cristóvão e S. Lourenço, o Centro de Dia da Sé onde pessoas de muito valor desenvolvem um trabalho interessante junto de jovens desintegrados.

Ontem, domingo, na Biblioteca de Serralves foram apresentados textos de jovens que frequentam essas instituições onde recebem algum apoio para as suas dificuldade de adaptação às escolas e ao ensino, à leitura e à escrita, à vida. Eles escreveram textos e fizeram desenhos, outras pessoas leram furiosamente, cantaram e tocaram e foram aplaudidos.

 

 

 

 

Gostava de ter algumas informações sobre estas actividades de grande valor social.

Reproduzo um dos textos lidos e distribuídos.

Dos estudos, desisti. / De trabalho, fui mudando. / Nas drogas, mudando fui. /  De festa em internamento, / de excesso em abstinência, / de cura em recaída. / Procuro uma linha recta / depois das curvas da vida… // - Porém, será que uma recta / é o mais curto percurso / entre dois pontos, dois nós? Se são cegos esses nós, / com palavras os desato, desatei, desatarei. / Semeio pão de palavras / que são côdea e miolo. / Se delas não precisar / serão migalhas de almoço. Virão as aves comê-las. Consigo me levarão. / E eu serei pó de estrelas…

 

 

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publicado às 08:44

O navio de piratas

por Zilda Cardoso, em 11.05.12

Estava um vento dos diabos, mas fomos para a beira-mar. Havia dois dias que adiávamos. Eu e o meu neto pequenino, o que há-de fazer quatro anos um dia destes, gostamos de passear por ali. E procurámos os parques infantis.

  

 

Foi um entusiasmo lá dentro, ele e eu, naqueles aparelhos coloridos de verde, de vermelho, de amarelo…

Ele imaginou-se num navio de piratas das Caraíbas. Instava vivamente a tripulação, que era eu, a atacá-los, depressa, depressa, ali, daquele lado, já. Subimos, descemos, deixamo-nos cair, subimos de novo: uma encenação veemente e esclarecedora!

O barco grande vermelho começou a afastar-se graças ao ímpeto da nossa acção.

Depois disso, eu quis vir embora, recuar a bem dizer. O vento continuava arrasador e não se justificava mais a nossa presença no grande campo de disputa com o vermelho a escapulir-se, mar largo já. Mas ele insistia, queria avançar em perseguição do monstro, ir atrás dele aos saltos, apesar dos incontáveis senões. E rodava o leme, espreitava pelo óculo ostentosamente, investigava o fundo do mar…

Meia hora depois, quando saímos (acabar a luta, abandonar o lugar – foi o cabo dos trabalhos!), estávamos esfrangalhados pelo esforço conjunto de resistir ao vento e ao inimigo, ambos selvagens, inconvenientes, espalhafatosos, ainda cheios de caprichos e, vamos lá, de gargalhadas. Que vertigem!

Subimos a ladeira verde de relva até à esplanada sarapintada de flores brancas pequenas e outras maiorzinhas amarelas. Ele chamou-me a atenção para a necessidade e o seu desejo de apanhar algumas. Apanhava-as com muito pequeno pé e elas caíam-lhe das mãos.

Disse-lhe para as meter no meu bolso, as brancas e também as amarelas, coitadas. Meteu uma boa quantidade e esqueceu-as. Ainda lá estão… asfixiadas. Deixaram de sorrir para todos nós.

 

 

 Que faço com elas? Teve tanto empenho em apanhá-las, não compreendo. Mas deve ser próprio da extrema juventude. É?

Ou então eram para mim, para que eu tomasse conta delas, para me darem prazer, e eu é que as esqueci.

Seja como for, fiquei a pensar no entusiasmo dele seguido de abandono imediato. Não pensar muito para além do momento, do presente, talvez seja boa ideia.

Há tantas coisas para pensar, tantas coisas importantes como árvores em flor, nuvens brancas e novos tons de azul no alto, perfumes ténues e delicados sabores. Tantas coisas que influenciam a nossa vida e que a nossa atitude influencia. Coisas simples e essenciais.

Que temos agora então?

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publicado às 21:49

doer ou não doer, eis a questão

por Zilda Cardoso, em 05.05.12

 

“Chegou a hora de pensar mais sensatamente”. D.L.

 

O que se faz, quando se não pode fazer nada? O que se faz quando não se pode fazer o que se quer... o que se tem para fazer?

Quando se não pode ler nem desenhar, nem ver cinema nem televisão? Quando se não pode fazer o que sempre se fez…

Quando se não pode usar o computador e comunicar com os amigos desse modo simples e simpático? E servir-se e empregar o computador doutras maneiras…?

Quando se não pode mesmo prestar atenção olhando? Ou só prestar uma atenção miudinha com os olhos fechados? E mesmo que isso seja feito com ligeireza a cabeça dói?

Que tem ela?

Tem de se cogitar ligeiramente, sem insistência, sem exagerar… Ir ao fundo de qualquer questão está fora de questão. Ir ao fundo implica coisas agrestes, ásperas, incómodas. E, de certo modo, desagradáveis.

O melhor é pensar simplesmente. Meditar com tranquilidade. Sabem como é?

De forma tão útil!

 

 

Separando os pensamentos ásperos dos macios. Esquecendo os ásperos.

Pode-se prestar atenção à própria respiração, por exemplo – nada mais simples, é verdade. Reparar o que acontece.

Talvez ver o acontecimento em todos os pormenores – inspirar, pulmões cheios, reter por instantes como um fole vasto, expirar, esvaziar também a barriga, até ficar como um figo mirrado. E para cima e para baixo, voltar ao princípio.

Ver o movimento da respiração.

Haverá pequenos ruídos no ambiente… ao longe, bonitos sons … um pássaro. Serão pequenos sonidos, um alegre background para os mais simples pensamentos.

É claro que eu penso de imediato: vou terminar de respirar, no momento. Vou ouvir-me parar agora mesmo: será uma experiência única e divertida. E vou assistir ao que se passar logo depois.

Assistir e compreender. Entender os benefícios de compreender isso.

Não há nada que queira mais que assistir àqueles segundos e minutos, dar-me conta deles. Ver o que acontece a seguir ao fim. Falo da respiração.

Será uma coisa nova, inteiramente nova e diferente, resplandecente, talvez. Sobretudo elucidativa. Para quem, quando, como?

Os benefícios da meditação de que falo são notórios: os pensamentos não se enrolam uns nos outros, não fazem complexas conexões que levarão a conclusões imprevistas e provavelmente erradas. Os pensamentos restam simples e, por isso, não incomodam. Pelo contrário: dão espaço e à-vontade. São aceitáveis e bem-vindos. Estamos ou passamos a estar integrados no mundo, tal como ele é. Possivelmente, tal como ele é.

E estes pensamentos aceitáveis são úteis e levar-nos-ão à paz interior e à outra. É o afastamento dos pensares perturbadores que nos liberta de enganos, é o que disciplina a mente reduzindo as emoções aflitivas.

Sabemos que com ódio o cérebro não funciona de forma correcta. Pelo contrário, tratar os outros com afecto e respeito, cultivar esses sentimentos, deixa a nossa mente tranquila.

Afastei as emoções, aceito a simplicidade, estou já bem.

“O importante é que cada um seja um bom ser humano…” D.L.

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publicado às 20:53




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