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Só para lhes mostrar como é poético o meu sítio a esta hora, neste dia de Setembro...
Voltará a ser amanhã como hoje? Voltará a ser de algum modo?
Devo guardar a imagem na memória, pode não voltar a ser. E também nesta outra memória mais dura e difícil de se extinguir.
Talvez venha a ser memória de outra memória. Talvez esta imagem permaneça, sem haver quem a veja.
Mas não quero filosofar.
Estou a ajustar contas comigo.
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(imagem da Internet, projecto do arq. holandês Rem Koolhaas)
O arquitecto Camilo Rebelo organizou com a sua equipa o encontro de arquitectos realizado na última semana na Casa da Música.
O acontecimento foi muito esclarecedor: um grupo de arquitectos com maior ou menor experiência, uns com vários anos de carreira de sucesso como o Siza Vieira e como o Souto Moura e muitos projectos realizados de grande valor, outros com poucos planos e escassos anos de vida e de trabalho apresentaram projectos à sua escolha e falaram sobre eles sem retórica.
Camilo Rebelo e Tiago Pimentel apresentaram em conjunto alguns dos seus trabalhos mais interessantes como o Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa que me pareceu de muita importância para interpretar e compreender as gravuras rupestres descobertas. É a chamada arte do Côa que é monumento nacional e património da humanidade, segundo a classificação da UNESCO. O Museu é parte do Parque Arqueológico onde a arte rupestre ficou protegida e está classificada de modo que é possível ser vista e apreciada pelo público sem sofrer danos. É o sítio mais importante do mundo de arte paleolítica de ar livre.
Espero poder visitar em breve o Museu e as gravuras no seu núcleo próximo de Castelo Melhor, terra dos meus avós paternos. Ou quando as amendoeiras estiverem em flor, lá para Janeiro: já as vi há algum tempo e penso que é difícil encontrar arte mais antiga (terá menos de 10.000 anos?) e valiosa.
Na Casa da Música, ouvi (mal, não falo a sua língua) um arquitecto italiano com grande sensibilidade artística e poética totalmente dedicado à fotografia - Gabriele Basilico, o artista Pedro Cabrita Reis, que afinal não tive o gosto de ouvir desta vez, mas estava lá, e Paulo Mendes da Rocha, prémio Pritzker de 2006, autor do projecto do Museu dos Coches em Lisboa, João Pedro Serôdio, Francisco Mangado, Nuno Brandão Costa, Mansilla e Toñon, Valerio Olgiati e os japoneses Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa cujos projectos são em si obras de arte ou de sonho que eu não sei se são realizáveis. Mas devem ser – o que é que a imaginação não pode alcançar?
O arq. Souto Moura tem uma mostra de projectos em maquetas no foyer poente que podemos apreciar até 9 de Outubro.
Não sei se a maioria dos portuenses se apercebeu do acontecimento importante dos últimos dias, 19 e 20 de Setembro, na Casa da Música. Por isso, lembro que não foi um concerto musical. Foi outro tipo de concerto a que eu pude assistir por especial deferência dos organizadores. Festejamos 30 anos de carreira do arquitecto do Porto mais premiado, se nos esquecermos de Álvaro Siza. Que não vamos esquecer!
Sinto-me muito ligada aos arquitectos do Porto, sobretudo depois de ter privado com Siza que fez o projecto de reconstrução das nossas casas de Moledo do Minho. E ainda mais desde quando os contactei regularmente e pedi desenhos e projectos de design de mobiliário, candeeiros, tapetes e objectos de decoração para a Galeria Vantag que durante anos se dedicou à edição, exposição e comercialização desse tipo de objectos.
Os melhores ou mais afortunados desses arquitectos, projectaram a cidade num certo meio no mundo. E a Escola do Porto, seja qual for a sua definição, tornou-se muito estimada e prestigiada. Para mim, o Porto é muitas coisas para além de ser "cidade de ciência"- é cidade de arquitectura e cidade de arquitectos, por exemplo.
Arquitectos e futuros arquitectos e convidados encheram a maior sala da Casa da Música e as apresentações de projectos construídos ou a construir sucederam-se, sem tradução simultânea que normalmente não faz falta nos concertos(!).
Siza falou e mostrou o seu recente projecto para o Alhambra. E disse umas graças. Com muito bom humor, contou que um dia destes entrou num café aqui no Porto e alguém veio ter com ele e perguntou: “É o arquitecto Souto Moura, não é?” E ele respondeu, triste: “Não sou”.
Estará a passar para 2º plano? Ele não receia isso. Não há segundos planos para os imortais. Estão no pedestal e aí vão estar para sempre.
Há anos, há uma porção de anos, apaixonei-me por Michel Foucault, pelos seus textos de análise estruturalista, e nunca mais deixei de os apreciar. Se bem que o fulgor da paixão tenha passado.
"As Palavras e as Coisas" de que é autor, é um livro a que volto, de vez em quando; na realidade, cada vez menos, é onde está o texto de que mais gosto. É uma análise brilhante de um quadro de Velasques, possivelmente o mais conhecido e visitado e igualmente apaixonante que é "Las meninas". Esta edição de 1988 de As Palavras e as Coisas presenteia-nos também com duas notas - de Eduardo Lourenço e de Vergílio Ferreira - que são análises magníficas do texto de Foucault, além do prefácio do autor.
O quadro, vi-o no Museu do Prado numa visita de há muito tempo, teria ficado por ali toda a tarde, se outras pessoas não tivessem que esperar por mim para continuarem.
É uma cena familiar e simples e, ao mesmo tempo, uma composição complexa que deu lugar a inúmeras análises e entendimentos diferentes. Estou convencida de que esta análise a que me refiro está muito próxima da realidade. E é estimulante: faz pensar, tentar compreender, aplicar o método a outras obras.
A cena passa-se no atelier do pintor que se vê a trabalhar voltado para a enorme tela pousada no chão e olhando para nós, espectadores do quadro. A princesa e as jovens damas que a rodeiam estão no centro com o anão e o cão e voltam-se também para os espectadores ou para a princesa. Da tela só vemos o reverso. Nitidamente, ao fundo da cena alguém entra ou sai da sala e, levantando a cortina, deixa entrar a luz na parte mais escura da sala. Mas o que ou quem é que Velasques pinta?
É aqui que a coisa se torna interessante. Segundo Foucault, ele pinta os reis de Espanha que no quadro aparecem no espelho da parede do fundo juntamente com outros quadros possivelmente terminados e pendurados. E que estariam a posar para ele no lugar onde estamos nós, espectadores.
Ele podia perfeitamente estar a pintar-nos a nós. Não seria interessante?
Os reis estariam a presenciar a mesma cena que nós presenciamos e nós, como eles, seríamos os seus modelos.
Bom, não gosto de posar, mas não me importava nada de o fazer para Velasques.
É uma bela representação carregada de signos.
(Vou publicar antes que a imagem da Internet me fuja, mas voltarei ao assunto. Talvez este trecho suscite comentários interessantes)
Tenho a certeza de que o meu mundo está às avessas. Eu vejo-o hoje do avesso, é isso que quero dizer. Mas estou a exagerar: noutra posição, diferente da habitual - é mais acertado. Com outras cores. Com mar à vista onde habitualmente não vejo mar. Com um perfume distinto.
Não digo que esteja mais bonito ou menos bonito. Agradável. Desagradável. Ou feio.
Pergunto-me quem é que me tem andado a enganar?
Tem um encanto insuperável, donde vem isto? Será o reflexo de algo oculto?
Mas quem está a tentar enganar-me agora?
Vou mostrar-lhes o que a minha máquina viu e que não é o que eu vejo. (Não sei mostrar-lhes o que vejo.)
"As refeições continuaram a ser-nos fornecidas pelo exército e nós adicionávamos-lhes alguns temperos e pequenas coisas com que ficavam enriquecidas. A alimentação era racionada e distribuída em senhas ou cartões – não se podia comprar muita coisa, mas chegava para todos. As nossas caixas de provisões foram guardadas na cave, onde estava a lavandaria. Devido à guerra, o sabão faltava na Alemanha, de modo que as roupas eram fervidas em caldeirões.
Para mim, inicialmente, o trabalho doméstico além de pesado, era estranho: qualquer coisa a que nunca tinha sido habituada. Z., inquieto, arranjou para mim uma ajudante – a esposa de um sargento que já fora governanta em várias casas de família da aristocracia. Ela auxiliou-me muito, lavando e passando.
Num dos quartos da frente, foi improvisada uma cozinha com a colocação de uma velha cómoda e sobre ela, um aquecedor a gás. Mas servia apenas para refeições ligeiras. Para o que fosse mais demorado, eu utilizava a cozinha da Srª Prüfer que me tinha permitido o uso do seu fogão. Deixava a panela, e ela depois, quando a comida estava pronta, avisava-me.
Outro problema era o banho. Uma vez por semana, a proprietária cedia-nos a sua sala para um banho completo. Lembro-me de que, na época, o banho de chuveiro não era muito comum na Europa e todos tomavam banho de imersão, na banheira. O inconveniente era que, naqueles dias, para se economizar água e luz, a família toda tomava banho na mesma água. Tal como se dizia: guerra é guerra!
Nas traseiras da casa havia uma horta de bom tamanho, seguida de um imenso armazém da manutenção do exército, separado do nosso jardim por uma cerca de arame.
Os Prüfer tinham uma filha da idade de D., Elisabeth. As duas ficaram grandes amigas. Elisabeth convidou D. para acompanhá-la a um dos acampamentos da Juventude Hitleriana que o meu filho N. acabou por frequentar também com outros amigos. Os rapazes gostavam muito dessas actividades, tal como hoje gostam do escutismo. E os pais pensavam o mesmo que eu - era uma ocupação saudável, disciplinada e disciplinadora.
D. e N. frequentavam uma escola. O ensino não era bom, mas iam aproveitando para aprender a língua.
Assim, lentamente e apesar das adversidades da guerra, integrávamo-nos na vida dos alemães.
A luta continuava dos dois lados. Os alarmes anunciando ataques aéreos multiplicavam-se. Por fim, eram praticamente uma constante. O nosso abrigo anti-aéreo era a cave da própria casa, adaptada segundo os regulamentos, mas nem assim suficientemente segura. Para mim, no entanto, servia perfeitamente, na base do “seja o que Deus quiser”, pois como o abrigo ficava dentro de casa, eu podia continuar os meus afazeres quotidianos sem interrupções. Apesar de tudo tínhamos que persistir e sobreviver: era necessário cozinhar, lavar e secar a nossa roupa e as montanhas de fraldas do bebé.
O mais difícil era dormir, dormir tranquilamente.
As crianças depressa arranjaram amigos e iam brincar para casa de um ou de outro, onde fosse mais espaçoso. As pessoas eram simples e prestáveis, estavam sempre dispostas a ajudar. M. arranjou uma amiguinha chamada Gerda e aprendeu com ela de imediato o sotaque da Saxónia. Recordo de a ver correndo pela rua fora, ofegante, com as duas tranças voando atrás de si… Quando ouvia alguma notícia na rádio, gritava já de longe:”ATAQUE DE UNIDADES PESADAS NA TURÍNGIA”. Esta frase acabou como slogan na família. Aliás, M. estava sempre cheia de novidades, boatos e notícias importantes.
Integrámo-nos plenamente na vida da população local e pouco contacto tivemos com os nossos compatriotas. Como Frau Doctor, a senhora doutora, acabei por me tornar uma figura popular na Rua.
No nosso abrigo, fiquei a conhecer também a Srª Ernst, que era uma vizinha muito simpática e querida, com os seus cabelos brancos e olhos muito azuis, pequenina e magra, mas ainda muito activa. Usava constantemente a insígnia do partido nazi. Ajudou-nos muito até ao final da guerra e acabou por se converter ao catolicismo por influência minha".
"Naumburg era uma bonita cidadezinha medieval rodeada de profundo fosso. Acho que este tipo de cidade só existe na Alemanha. Era o quinto ano da guerra e ela ainda se conservava muito bem ajardinada e cuidada.
Chegámos num belo dia soalheiro apesar de ser Inverno, com céu azul e muito frio, felizes por terminarmos uma viagem penosa e estarmos finalmente num lugar agradável. Apenas não nos demos conta de que a cidade, devido à sua localização estratégica no centro do país, estava repleta de refugiados.
Começara a grande ofensiva dos Aliados pelo Oeste, já se avizinhavam do Reno. A leste, os Russos tinham ocupado a Polónia, a Silésia e a Prússia. Os refugiados achavam-se comprimidos entre duas forças que os empurravam para o centro da Alemanha ou “Mitte Mitteland” – o centro dos centros, como era designada a região desse modo identificada em alguns dos uniformes da Juventude Hitleriana.
E foi ali que viemos parar com a unidade de artilharia do nosso país. Felizmente, com a organização dos alemães e das entidades oficiais, foi possível alojar toda aquela gente. No nosso caso, como éramos uma família grande, dois adultos e cinco crianças, foi mais difícil encontrar um local adequado para ficar.
Os alojamentos da Juventude já se encontravam ocupados, não tivemos a mesma sorte que em Rostok. Aqui, já todos os outros húngaros haviam encontrado abrigo, enquanto nós permanecíamos no comboio.
O meu bebé estava com quatro semanas. Num certo momento, enquanto aguardava vez na Repartição Pública para Habitação, deixei-me vencer pela emoção, não resisti e desatei a chorar, desesperada. Fui acalentada por um homem alto, com roupa de operário, que se aproximou de mim e me deu palmadinhas nas costas, tentando consolar-me. Nunca esquecerei o saboroso gesto que veio num momento de grande carência…
Por fim, conseguimos uma morada: a mulher de um padeiro, com pena de nós, mudou as suas próprias filhas para um quartinho, passou para o quarto das filhas e cedeu-nos o dela. Até hoje não sei como coubemos todos num espaço tão pequeno, mas tudo é possível com boa vontade e algum sacrifício.
Ao lado da casa onde ficámos, havia um cinema e D. da mesma idade que as filhas do padeiro, fez amizade com elas. Assistiam juntas no sótão a todos os filmes que passavam, mesmo os interditos a menores.
N. virou garoto de rua, fazendo logo amizade com outros miúdos.
Z. e eu percorríamos as repartições públicas na tentativa de arranjar uma casa definitiva. Apesar dos males e inconvenientes da situação, a vida tinha que prosseguir – havia que comer, dormir, tomar banho, lavar roupa e todas essas coisas triviais que fazem parte do nosso quotidiano. A alimentação não representava um problema imediato, pois as nossas reservas alimentares eram suficientes para muito tempo. Além disso, recebíamos a comida básica da manutenção militar. O desagradável era ter de morar na casa de outras pessoas e estranhas.
Ao fim de um tempo sem fim e desanimador, conseguimos um pequeno apartamento de duas divisões, isto é, dois pequenos quartos com um fogareiro a gás num edifício de três andares, o térreo e mais dois. Entrava-se directamente no corredor ou vestíbulo e não havia sala de banho, ou melhor, segundo o costume alemão da época e por ser construção antiga, a sala de banho era comum e ficava no lance intermédio da escada, entre dois andares.
No quarto das traseiras, havia duas camas e um armário, Z. ficou com uma das camas e D. e K. dormiam noutra. No quarto da frente, dormia M. e eu. N. ficou instalado num sofá e o bebé dormia no berço que conseguimos trazer connosco. A casa estava bem situada numa zona residencial, onde só havia casas ou prédios de dois ou três andares no meio de jardins bem tratados.
O proprietário da nossa casa era um tal Herr Prüfer, fiscal de impostos, uma pessoa simples mas de bom coração, gordinho e careca, tinha mais medo da mulher do que dos americanos ou mesmo da guerra. No entanto, eu vi que também ela era bondosa, só nos aborrecia, a princípio, o seu sotaque muito carregado da Saxónia, difícil de compreender.
A nossa enorme vantagem era que todos, incluindo as crianças, falavam alemão, de modo que ninguém nos tomava por estrangeiros. Os nossos compatriotas invejavam-nos por isso e nunca consegui fazer amizade ou ter uma relação amigável com as esposas dos oficiais.
Na casa dos Prüfer, no andar de cima, morava um casal idoso e o segundo andar era ocupado por uma Frau Vollmar que sempre hospedava algum homem, inicialmente das SS e mais tarde americanos.
Com esforço, conseguimos adaptar-nos à nossa nova vida, à nova rotina."
(Continuo a publicar as memórias que me foram facultadas por uma família de refugiados húngaros)
Passeio nesta borda de água ao sol que me queimou de mais o rosto, enquanto vejo corpos vermelhos e inflamados inteiramente expostos durante horas más ao sol agostiano… Gostava de lhes dizer que é mesmo verdade, aquela pele não aguenta o calor abrasador do meio-dia, vai romper-se...
Mas vejo que é inútil, não acreditam senão no que lhes dá prazer. E será uma boa razão. Mas podemos considerar o caso noutros termos.
Foi então que me lembrei. Pensei… o que poderíamos fazer para transformar esta praia num lugar de moda? Não que eu goste, mas às vezes, gosto. E milhares de outras pessoas apreciam, quero dizer, desejam frequentar de preferência lugares de moda.
O que seria preciso para fazer da Foz não um lugar de cinco estrelas, mas um lugar de todas as estrelas? Allstars place?
Imagino as rochas de milhões de anos e as de biliões de belas formas e cores pintadas de purpurina a brilhar intensamente ao sol; e o pavimento, agora tão manchado e feio, pintado de azul claro. O céu… uma cor variável em tons vibrantes. Ou talvez fosse melhor pintar o chão de cores vibrantes e deixar o céu azul.
E a água? À água… devíamos… aquecê-la e perfumá-la.
E o molhe? Para que serviria? Havemos de descobrir.
Podíamos fazer da beira-mar um imenso SPA de brilho oriental.
De qualquer modo, cultivaríamos grandes plantas exóticas na areia grossa e poríamos orquídeas nos canteiros. E deixaríamos pássaros coloridos e bem-falantes a saltitar nos ramos, de árvores em árvore, de flor em flor.
Teríamos que fazer uma publicidade louca deste lugar para vedetas. Convidaríamos umas tantas estrelas na moda, a cintilar e a tremer no céu… que viriam para aqui exibir os seus predicados e as suas extravagâncias. E chamariam os jornalistas e os fotógrafos e os operadores de cinema para além dos costureiros e dos sapateiros e dos cabeleireiros, maquilhadores e massagistas e…
E os mais vistos e ouvidos e caros grupos de música e de teatro… De teatro ao luar? Teatro singular apelativo com temas da política avançada. E dancings. E bares e clubes.
Organizaríamos excursões de-dia-inteiro no mar num grande barco tipo transatlântico. E outras mais curtas de pescarias com coktails e “chef” a bordo.
Tinha de ser uma coisa em grande… para resolver a crise económica e ficarmos todos a ganhar.
Tenho que pensar melhor neste tema aliciante.
Podemos observar e aproveitar outros exemplos ou inventá-los como o Vira-do-Minho excelentemente dançado num estádio monumental para milhares de pessoas em êxtase... Os génios, então revelados aos olhos de todos, serão vendidos para comprar outros (e outras coisas decerto) que dentro de algum tempo se tornarão os melhores “ dançadores” graças ao treino adequado, a óptimas circunstâncias e a regulamentos bem pensados. Os dançadores terão entrado na lógica da mercadoria, serão heróis do consumo, “manipulados em termos de lucro” como qualquer outra mercadoria sem alma. E como os futebolistas e os seus dirigentes e donos. É isso que nos importa?
Não estaremos a pensar em esquemas absolutamente rígidos nem em ditaduras tirânicas. Não estamos a pensar em valores absolutos nenhuns. Deixaremos muito espaço para a imaginação. Os Portugueses gostam de improvisar e costumam ser bons nisso, mas é aí que é preciso estabelecer limites. O improviso por vezes transforma qualquer coisa que é pouco estudada numa coisa, pelo menos, desconsolada.
Com esta prudência, decidiremos o que queremos ser no futuro, tendo em conta, para inventar o futuro, as boas qualidades de que demos prova, depois de observados vários casos e consideradas diferentes hipóteses, eliminando o que está mal e não nos serve para esse que será o objectivo que nos propusemos.
Proponho: sonhar e realizar, isto é, sonhar e planear, trabalhar com inteligência, com prudência, com regras, com o que de bom e aproveitável tivermos. Sempre com os olhos no objectivo definido.
Não é o que fazem os portugueses que se distinguem lá fora?
Sintetizando:
1º - Devemos conhecer-nos e entender-nos.
2º - Devemos traçar o nosso esquema de vida em ordem ao objectivo.
3º - E, finalmente, num mundo à nossa medida, trabalharemos com intenção, inteligência e imaginação para atingir o nosso objectivo.
Aqui apetece-me recomendar bem alto: E “AMAI-VOS UNS AOS OUTROS!”.
(Falo bem alto para eu própria ouvir porque sem isto nada daquilo tem sentido. Quero dizer que talvez devamos dar mais valor às relações e aos afectos que às coisas).
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